O ANJO DA MORTE. MONTPARNASSE.
Entro no cemitério de Montparnasse. Reina a calma absoluta, a calma da eternidade. Irrepreensível limpeza e conservação abrigando inúmeras obras da estatuária, meu gosto principal em artes. Ao longe já se avista do portão principal, o centro, local matriz de todas as direções para onde convergem as aleias. Imperando no centro do Jardim desse espaço principal o famoso “Anjo da Morte”, razão da minha ida, famosa escultura, o “Anjo do Sono Eterno” como mais conhecido, obra de Daillion, notável escultor. Em expansão de grande envergadura abre as asas da eternidade.
Muitas celebridades lá estão sepultadas, Baudelaire, Jean-Paul Sartre com sua Simone de Beauvoir, juntos na morte como na vida em casamento singular e vanguardista. Bilhetes de metrô cobrem a tumba do casal, com mensagens, um hábito que formou prosélitos.
Mas são muitos os túmulos famosos e singulares. Um grande pássaro em vitraux, asas abertas, com os dizeres no pedestal que o sustenta: “meu amigo voou muito cedo como um pássaro para o céu”. Outro em aço escovado com pequenos bonecos em aço que se multiplicam e mostram a família que surgiu e foi se extinguindo. O célebre “Beijo” de Brancusi, que lá está posto por ele em túmulo de uma amiga que se suicidou por amor. O monolítico bloco de granito festejado em seu formidável simbolismo. Um concentrado valor de humanidade e emoções salta da fineza espiritual tirada do bronze do mármore e de materiais plurais para dizer à vida a saudade deixada pela morte.
COLOCANDO ESSE ENDEREÇO ABAIXO NA BARRA DE SEU COMPUTADOR VERÁ FOTOS INTERESSANTES DE ESTATUÁRIAS REFERIDAS.
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