INTIMIDADE.

Por qual razão necessitamos fortemente de uma intimidade preservada pela qual na realidade não ansiamos tanto assim, embora possa parecer, já que necessitamos dos outros? É um paradoxo.

Só os que se retiram para a contemplação têm essa reserva intimista, mesmo assim há trocas.

Todos precisam, necessitam “vender” suas ideias, compartilhar vivências, o que fizeram, fazem ou almejam fazer. Paradoxal essa intimidade pretendida e publicada. Vejam-se hoje os “faces e twiters”. A intimidade sem cortinas, no palco. Por quê? O ser humano além de viver em grupo quer conhecer outras pessoas, e sempre busca alguém especial. São assim que surgem e se formam os líderes, que nem sempre são bons avaliados padrões unânimes. O que é bom todos sabem, milita para o bem, ratifica e desenvolve o que traz benefícios para todos, não só e nunca só para si.

Mas acima dessas lideranças existe a procura de cada um por esse ser especial que irá partilhar sua “intimidade”, realidades e emoções, enfim, ser um abrigo seguro. Digamos que é um campo de mérito.

Ligações íntimas trazem a força e a razão de viver, por isso a solidão, entenda-se como ausência de alguém especial, traduz uma falta de conforto, uma asfixia da plenitude em ser.

Nos interiores ricos não há solidão, nem uma indispensável necessidade de trocas permanentes, porém é certo que a saúde mental necessita abrir sua intimidade ainda que com reservas. É uma imposição da vida, o confessionário e oráculo do ser humano é esse ser especial procurado.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 09/08/2013
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