Índio não quer apito
Recordar é viver. Nos anos 90, aos sábados, um bando de intelectuais de todos os matizes se reunia no Mercado da Encruzilhada, especificamente, no “Espaço Falcão”. Lá, os mais variados papos rolavam, sempre regados aos indispensáveis e “necessários” uísque, caninha e “louras” geladas.
As discussões abordavam todos os temas e nem sempre havia unanimidade. Num sábado à tardinha, o tempo esquentou. Um folclorista não gostou da brincadeira de um dos colegas e partiu para a agressão verbal, com palavras ofensivas.
Um deles disse, referindo-se ao seu horóscopo: “Mesmo quando suas críticas e sugestões estejam prontas às vezes não é fácil transmiti-las, porque não são todos que estão prontos para ouvir. É tempo de ter calma e esperar o momento certo para se expressar evitando os desentendimentos”.
Dito e feito, mas, no final, o folclorista abrandou: “Não gosto de brincadeira pesada. Só se for sadia”. Um dos companheiros não perdeu a oportunidade e, imitando um índio, falou: “Folclorista não gosta de 'Perdigão' e muito menos da 'Sadia'”. A zorra foi geral e a animosidade esquecida, inclusive, pelo folclorista.
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