AH, GOSTO!
Agosto mês do desgosto, mês do cachorro louco, da natureza instável. Último mês do inverno e que, no Sul, intercala calor e frio, chuva e sol. Num mesmo dia o meu Rio Grande vive praticamente as quatro estações e o gaúcho passa dias de cebola, tirando um a um os agasalhos com o transcorrer das horas.
Agosto parece ser um mês infiel, pois não é nada constante e firme. Pode ser tudo isso e, apesar de não apreciar o frio, tenho vários motivos para gostar do agosto. Foi num dia de agosto, embranquecido pela geada que eu botei a boca no trombone, depois de levar várias palmadas do médico. Nasci meio arroxeada, talvez pelo frio, talvez pela dificuldade de minha mãe ao me dar a luz numa época em que não se cogitava uma cesariana. Fui literalmente puxada para fora, à força, por ferros que usavam nos partos de antigamente.
Tenho motivos para gostar do agosto, pois ele marca também a data de nascimento do meu pai, minha gêmea alma, e da ansiada e esperada irmã, minha filha do coração. Gosto também do agosto porque é ele o prenúncio da primavera que, breve, pintará os mais belos quadros da natureza. E foi num agosto que entrei para o Recanto das Letras e nele encontrei o calor carinhoso dos recantistas, que me acolheram de braços abertos.
Neste próximo dia 10 de agosto festejo meus quatro anos de Recanto, com um número expressivo de amigos e leitores. Com tudo isso, como não gostar do meu agosto? Ah, gosto!