Brevíssimo registro de viagem
Uma visita para alguém lembrar sempre é a que se faz à Fundação Casa de Rui Barbosa, na Cidade do Rio de Janeiro. Pisar aquele solo, caminhando pela calçada e pelos jardins e outros espaços do imenso prédio que abriga a residência e outros setores da Fundação, é como receber uma graça de algum deus da intelectualidade e da memória da inteligência brasileiras. Poder ver aquele jardim cujas dimensões ultrapassam as de muitas de nossas praças é como ter a certeza de que Rui está por ali e nos espera para um café e uma boa prosa.
Lá estavam famílias, pesquisadores e visitantes de outros estados brasileiros e de diversos países. É um local acolhedor e muito verde, claro, aberto, convidativo e, ao mesmo tempo, solene. Ao que percebi, também fazem daquele jardim um local de reflexão e de lazer, pois pessoas de todas as idades estavam sentadas nos bancos e crianças andavam e brincavam por todos os lados.
Ao entrar naquele ambiente, a admiração, o encanto e a emoção me tomaram de todo, quase pergunto: Rui está? Gostaria de falar-lhe. Não sabia o que olhar primeiro. Avistei uma espécie de garagem onde ficam estacionados o automóvel e as charretes que usou o eminente jurista, político, diplomata, deputado, senador, ministro, escritor, filólogo, tradutor e orador, honra da elite pensante do Brasil. Vi fotos dele com Maria Augusta, a esposa. Em alguns corredores há cartazes com frases ditas por Rui.
O jovem sociólogo Cláudio, funcionário da instituição, fez a apresentação da sala onde diversos terminais computadores podem ser acessados para a pesquisa sobre a vasta obra do “Águia de Haia”. Em seguida, prestou informações importantes quanto ao funcionamento de todo o complexo que abriga esta parte da história do Brasil. Como chegara intervalo para o almoço, o funcionário encarregado de acompanhar os visitantes pelas dependências internas da casa já havia se ausentado, ficando a visita para outra oportunidade. E eu voltarei, Rui, pode me esperar.