Cristal Quebrado II

Nesse labirinto por onde meus passos rastejam

Ouço sua voz doce me chamar a todo instante

Sente-se aqui que lhe contarei segredos seus

Que no fim são meus como teus pensamentos

Meu coração que te adora narra nossa história

Quando adormeces, seu respirar é minha canção

Eu reclamava das horas que tomava meu tempo

De quantas rosas teria que buscar pra te servir

Hoje quero morar contigo em um jardim secreto

Onde não tenham personagens, nem anjos negros

Desconheço o seu silêncio que me ameaça

E esse frio estranho que arrepia minha pele

Tua presença imprevisível e tempestuosa

Saudade evidente em meus olhos tristes

Dor não revelada no rosto e em palavras ditas

Passeias em meus sonhos e antes de adormecer

Sua miragem por toda parte como um retrato

A sensação da tua inexistência me sangra insanamente

Se recusas a morrer em mim inconscientemente

Mas seu amor me faz sentir fogo em minhas veias

E minhas mãos se estendem a ti, como meu coração

Teu medo me despreza dolorosamente enganando-me

Parto com seu fantasma que me motiva intensamente

Esse inverno é eterno pra mim, como sua ausência

Ele não é o mesmo sem ti, pois estou gélida como a noite

Te busco por toda parte, até mesmo na escuridão

Te encontro onde meus olhos não querem contemplar

O cristal destruído não se restaura, mas um novo se refaz

Como um recomeço, um avesso, ou um primeiro olhar

Seus braços me guiariam, desenhando novas formas

Minhas letras tem teu nome e teu timbre está ali

Almejo por tua partida, enquanto te abraço suplicante

Te sinto no vento e onde meus sonhos te encontram

O amor nem sempre é tudo, mas tudo em mim é amor

E o mesmo veneno que me mata é o que me faz viver.

Lu Veríssimo Art
Enviado por Lu Veríssimo Art em 04/08/2013
Código do texto: T4419266
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