FACEBUSQUE II
Por Carlos Sena
O Facebusque é feito papel: aceita tudo que nele se escreve. Não restam dúvidas que ele (o face) assumiu um pouco do papel de psicólogo, de biblioteca virtual, de conselheiro, de mural, de espaço para digladiação e de fofocas, de... Acho mesmo que ele vem atender um pouco da necessidade humana de saber da vida alheia e até mesmo de fofocar – como nos velhos tempos onde a sociedade era mais tradicional, mais provinciana. O fece substitui um pouco das cadeiras nas caçadas em que as pessoas ficavam conversando, vendo o povo passar, metendo o pau nalguns e sendo metida pelo pau dos outros e assim por diante. Certo que naquela época não tinha TV, nem jornais, nem mídia de modo geral como se tem hoje. Mas, como cada terra tem seu uso e cada roca tem seu fuso, hoje esse é o nosso uso e o nosso fuso é o que aí está: face, internet, boca e boquete, gente chic e gente chiclete, igreja brigando com igrejas e as seitas se metendo no meio pra tirar casquinha, além dos demais valores frouxos, mas tão frouxos que tem causado espanto até às xoxotas das maiores prostitutas.
Para que choro e velas? Não há chorumelas. Melhor se acostumar com elas, porque esse é o nosso tempo e, como diz um amigo, “tempo tem e tempo tinha” (putinha), pois este é o tempo que temos para ser feliz e seremos. Basta que saibamos do joio e do trio. Porque tem muita gente usando o face se reportando a coisas que são do “trigo” e que são referenciadas como se “joio” fosse. E vice-versa. É um verdadeiro disse-me-disse virtual que, como mencionei, nos remete aos tempos em que havia “galos, noites e quintais”... Hoje nos parece haver mais “ais” do que quintais. Não há quintais nem mesmo pra macumbeiro bater seu bombo nas cidades grandes, só nas periferias. Mas, fato é que o face taí querendo ser pai para os que foram abandonados pelos seus; sendo Psicólogo para alguns, Pastor para outros, Padre para mais alguns. Particularmente vejo o face como uma janela (Windows?) que nos mostra para o mundo e aí é que o perigo se estabelece, pois muitos não tem domínio dessa “máquina” e isso favorece às armadilhas virtuais tão em moda e tão mostradas pela TV e pelos Jornais. Mas tem seu lado bom. O problema é que o face não consegue ter dentro de si um consenso acerca do que seria o seu lado bom. Porque cada um usa o utiliza do seu jeito e o jeito que cada um utiliza, certamente é o melhor para cada pessoa. Talvez seja aí que mora o perigo: quando muita gente faz dele um consultório de psicologia ou mesmo uma tribuna para divulgar mensagens de otimismo chapeadas, de domínio público que, na prática nada serve exceto para muitos se escondam no falso moralismo de boa parte delas. Se todo mundo que “curte”, por exemplo, uma mensagem de Jesus Cristo ou de Gandhi, ou de Chico Xavier, etc., praticasse o que a mensagem alardeia, seria uma “bença” como dizem os pentecostais, seria bom. O mundo já teria diminuído a violência e o povo já teria elegido um parlamento menos corrupto. Porque o face tem sido meio que assim “O DONO DO MUNDO”, ele “SE ACHA”...
Gosto dele no que me cabe. Mas, vez por outra tenho que tirar supostos amigos que ficam se utilizando de nossa “amizade” para se meter na nossa vida sem que lhe tenhamos dado esse direito. E cada um deve saber a “dor e a delicia de ser o que quer ser no face” no nada ser se assim for também resolve. Porque há quem fique só na “moita” e nem “curte” nem dá opinião acerca de nada. Ótimo. Melhor do que ficar alfinetando quem não tem nada a ver e nem se presta a esse tipo de carência afetiva, emocional ou social.
Por Carlos Sena
O Facebusque é feito papel: aceita tudo que nele se escreve. Não restam dúvidas que ele (o face) assumiu um pouco do papel de psicólogo, de biblioteca virtual, de conselheiro, de mural, de espaço para digladiação e de fofocas, de... Acho mesmo que ele vem atender um pouco da necessidade humana de saber da vida alheia e até mesmo de fofocar – como nos velhos tempos onde a sociedade era mais tradicional, mais provinciana. O fece substitui um pouco das cadeiras nas caçadas em que as pessoas ficavam conversando, vendo o povo passar, metendo o pau nalguns e sendo metida pelo pau dos outros e assim por diante. Certo que naquela época não tinha TV, nem jornais, nem mídia de modo geral como se tem hoje. Mas, como cada terra tem seu uso e cada roca tem seu fuso, hoje esse é o nosso uso e o nosso fuso é o que aí está: face, internet, boca e boquete, gente chic e gente chiclete, igreja brigando com igrejas e as seitas se metendo no meio pra tirar casquinha, além dos demais valores frouxos, mas tão frouxos que tem causado espanto até às xoxotas das maiores prostitutas.
Para que choro e velas? Não há chorumelas. Melhor se acostumar com elas, porque esse é o nosso tempo e, como diz um amigo, “tempo tem e tempo tinha” (putinha), pois este é o tempo que temos para ser feliz e seremos. Basta que saibamos do joio e do trio. Porque tem muita gente usando o face se reportando a coisas que são do “trigo” e que são referenciadas como se “joio” fosse. E vice-versa. É um verdadeiro disse-me-disse virtual que, como mencionei, nos remete aos tempos em que havia “galos, noites e quintais”... Hoje nos parece haver mais “ais” do que quintais. Não há quintais nem mesmo pra macumbeiro bater seu bombo nas cidades grandes, só nas periferias. Mas, fato é que o face taí querendo ser pai para os que foram abandonados pelos seus; sendo Psicólogo para alguns, Pastor para outros, Padre para mais alguns. Particularmente vejo o face como uma janela (Windows?) que nos mostra para o mundo e aí é que o perigo se estabelece, pois muitos não tem domínio dessa “máquina” e isso favorece às armadilhas virtuais tão em moda e tão mostradas pela TV e pelos Jornais. Mas tem seu lado bom. O problema é que o face não consegue ter dentro de si um consenso acerca do que seria o seu lado bom. Porque cada um usa o utiliza do seu jeito e o jeito que cada um utiliza, certamente é o melhor para cada pessoa. Talvez seja aí que mora o perigo: quando muita gente faz dele um consultório de psicologia ou mesmo uma tribuna para divulgar mensagens de otimismo chapeadas, de domínio público que, na prática nada serve exceto para muitos se escondam no falso moralismo de boa parte delas. Se todo mundo que “curte”, por exemplo, uma mensagem de Jesus Cristo ou de Gandhi, ou de Chico Xavier, etc., praticasse o que a mensagem alardeia, seria uma “bença” como dizem os pentecostais, seria bom. O mundo já teria diminuído a violência e o povo já teria elegido um parlamento menos corrupto. Porque o face tem sido meio que assim “O DONO DO MUNDO”, ele “SE ACHA”...
Gosto dele no que me cabe. Mas, vez por outra tenho que tirar supostos amigos que ficam se utilizando de nossa “amizade” para se meter na nossa vida sem que lhe tenhamos dado esse direito. E cada um deve saber a “dor e a delicia de ser o que quer ser no face” no nada ser se assim for também resolve. Porque há quem fique só na “moita” e nem “curte” nem dá opinião acerca de nada. Ótimo. Melhor do que ficar alfinetando quem não tem nada a ver e nem se presta a esse tipo de carência afetiva, emocional ou social.