Eu ainda amo
Ontem, sobre as nossas fotos, sorrir. Lembrei-me das mentiras, das cenas que ele me fazia, das promessas que não cumpria. Aquele jeito todo forte e bruto, com um ar de super-herói, com fome!
Recordei cada momento, nem parece que o tempo passou, ele passou?
Onde eu estava não sei, quando decidi não decidir e te deixei falar! Só você tinha aquelas manias que somente no pessoal posso falar.
Há muito, eu tentava esquecer, corria das fotos, dos amigos que sempre perguntavam, das musicas que sempre lembravam. Foi ontem que você saiu de casa, dizendo que ia trabalhar, e eu com expectativa aguardava a sua vinda, projetava-me, corria contra o tempo, sua janta estava pronta, mas queria saciar sua outra fome, a que me completava. Meus dias eram de paz, eu tinha, eu podia, sentia-me firme, sem medo, não recuava.
Quando lembro, choro. É que as palavras que te feri, com meu orgulho, ciúmes me doem até hoje, me desconcertam até hoje, pois você tinha todas as qualidades, mas seu único defeito era não perdoar. E isso aconteceu.
Nos tempos de hoje, já não vejo mais graça na vida, não tenho mais prazer, quem vai me dizer coisas quentes? Quem vai me conduzir? Quem vai me levar pro caminho?! Quando passo pela sala, ainda sinto seu perfume, aquele forte, que te dei quando completamos tempos juntos, quando exalo aquele cheiro é simplesmente o remorso que me dá. Meu coração atinge o limite, perco as palavras, suo frio. Conviver com suas lembranças me dói, mas o pior é viver com seu desprezo.
Um dia eu fui feliz, um dia eu fui alguém, e lancei tudo fora, quando abri minha porta para um outro alguém.