SÍNDROME DO NINHO VAZIO

Não é o primeiro texto que escrevo sobre o tema, mas como é algo altamente relevante, pertinente e atual, nunca é demais falar mais um pouquinho, principalmente trazendo para o conhecimento de muitos leitores e até pessoas vitimadas pela Síndrome, como devem fazer para sobreviver em meio a tamanha dor.

A síndrome ocorre quando, em certa fase da vida, percebemos que a casa, outrora movimentada habitada por crianças, marido, tia, empregados, etc deixa de ser assim, pois cada um tomou seu rumo e quem ficou, começa a sentir uma solidão tremenda, um vazio enorme.

Lembrando que o caso da Síndrome do Ninho Vazio, na sua maioria das vezes acomete mais as mulheres, as mães, pois elas se esquecem que um dia os filhos crescem, arranjam uma companhia ideal e seguem sua trajetória de vida, cumprindo-se, assim, o ciclo natural da natureza humana.

O lar, noutros tempos agitado, barulhento, composto por mesa repleta, comida farta, agenda lotada, dentre outros; aos poucos, vai dando espaço para uma casa silenciosa, feira restrita, geladeira sem fartura (as comidas estragam facilmente), casa sempre cheirosinha e arrumada, maior rendimento de material de limpeza. Afinal, limpar o que? Não tem ninguém pra sujar!

As visitas dos filhos ou entes que saíram de casa, ou melhor, do ninho, tornam-se meras visitas dominicais e nem sempre com almoço na pauta, pois às vezes eles já vêm de outro programa.

Computando tudo isto, aliada à nova realidade a ser enfrentada por quem ficou, é uma coisa seríssima, caros leitores. A pessoa vitimada pela Síndrome do Ninho Vazio, começa a decair o semblante, ficar abalada emocionalmente, sentir-se solitária, desamparada, esquecida, escanteada e infeliz. Começa a ganhar ou perder peso, fica desmotivada, enclausurada em casa, sem ânimo de sair, dar uma volta, observar a natureza, uma bela paisagem, etc.

Nesse momento a coisa começa a complicar, pois é o instante ideal de buscar ajuda e elas são as mais variadas possíveis e imagináveis. Vejamos:

a) A pessoa pode doar horas de sua vida para ajudar uma instituição de caridade;

b) Pode se enturmar com amigas que estão em situações similares e projetarem viagens para conhecer outros costumes, outras pessoas e lugares;

c) Pode adotar um cãozinho de pequeno ou médio porte para ser seu parceiro, seu novo companheiro (e que companheiro). Lembrando, neste caso, que o cão deve ser criado nas dependências da casa e não num local isolado da convivência com os humanos, senão, nada feito e quem ficará depressivo neste caso é o cão também.

Cães de grande porte também podem ser adotados e são uma excelente companhia, pois há alguns que são enormes, metem medo em muita gente, no entanto, são dóceis, amáveis e gentis com seus donos (por exemplo lobo siberiano).

d) Faça curso de gastronomia, artesanato, corte e costura, violão, canto, pintura em tela, etc

Isto funciona demais, além de ser uma extraordinária terapia.

e) Frequente uma igreja que você sinta-se bem e simpatize com seus preceitos, engaje-se no grupo de voluntariados, cante no coral, faça parte da orquestra, enfim, mostre seu talento em prol da obra de Deus. Maravilhosa dica!

f) Escreva um livro. Escolha um tema e dê asas à sua imaginação. Não precisa ter ideia de tornar-se uma excelente escritora reconhecida nacional ou mundialmente, mas apenas de deixar um legado dos seus 'rabiscos' para seus herdeiros e sucessores. Isto também é genial.

Se, depois de ter tentado algumas destas dicas você permanecer uma pessoa cabisbaixa, tristonha, melancólica, depressiva e vazia, não se desespere, ainda há solução, pois é momento de buscar algum tipo de terapia psicológica com auxílio de um psiquiatra para prescrever medicações adequadas que você deverá tomar por um período estabelecido para o seu caso concreto.

A Síndrome do Ninho Vazio é fato.

A Síndrome do Ninho Vazio é terrível.

A Síndrome do Ninho Vazio dói.

A Síndrome do Ninho Vazio é violenta.

A Síndrome do Ninho Vazio é exatamente como diz o trecho de uma canção do cantor pernambucano Alceu Valença: A solidão é fera, a solidão devora, é amiga das horas, prima-irmã do tempo, que faz nossos relógios caminharem lentos, causando um descompasso no meu coração!

À propósito, é altamente relevante mencionar nesta matéria, que quem vos escreve e orienta é alguém plenamente curada dessa horrorosa Síndrome!

Eu sobrevivi! Posso contar!

Tome atitudes e seja feliz, afinal a vida é uma dádiva divina!