PREFEITO MÉDICO RENUNCIOU PORQUE NÃO QUERIA ROUBAR
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Um ditado diz que “errar é humano, mas permanecer no erro é burrice!”. Desviar dinheiro do erário público para proveito pessoal é muito pior, ainda! Um médico muito honesto, que deveria servir de modelo e exemplo à moralidade pública que o Brasil precisa encontrar urgentemente, depois de admitir que não pudesse continuar tendo o mesmo padrão de “status” financeiro de 30 mil reais, veio a publico e renunciou. Estou escrevendo sobre a atitude do médico ginecologista, Dr. Márcio Fáber, do município de Paranapanema, em SP, que renunciou ao cargo para “não roubar do erário público”.
No caso de políticas públicas do Governo Federal, errar é rotina e até considerado normal, comum e corriqueiro; mas permanecer errando é uma burrice além do normal! Mas, surpreendente é um prefeito eleito pelo voto renunciar ao cargo e dizer que o fez porque o salário é baixo demais, de 5,8 reais contra os 30 mil que recebia antes como médico.
No caso do programa “Mais Médicos”, retroceder, reconhecendo que cometera um erro não é feio; feio é continuar no erro e não admitir que estivesse certo, culpando os médicos pelo caos na saúde, pela falta de estrutura e pelo não planejamento de políticas públicas em longo prazo. Mas o problema não se encerra, mas significa que o Governo apenas voltou atrás na medida provisória que aumentava de 6 para 8 anos o curso de medicina. Contudo, ainda existe a possibilidade de contratação de médicos estrangeiros sem a aplicação do Revalida e nem a atitude corajosa do prefeito paulista de Paranapanema, servirá de exemplo para nada. No máximo, o médico dormirá com sua consciência mais tranquila!
No caso do programa “Mais Médicos” que previa o aumento de mais dois anos no curso de Medicina a partir de 2018, o Governo Federal voltou atrás, admitiu o erro no “serviço civil obrigatório para médicos”, mas a Medida Provisória terá que ser modificada no Senado. Mas esse ditado não se aplica a esse caso. Mas, será melhor para os acadêmicos que ingressarão no curso de Medicina a partir de 2018 porque o Governo apenas exigirá que nos dois últimos anos do curso, sejam voltados à atendimentos em hospitais públicos pelo SUS. Mas essa ideia também está encontrando resistência entre as representações dos médicos, que ameaçam reagir contra esse propósito do Governo Federal de tentar melhorar a saúde no Brasil, colocando mais médicos residentes em hospitais do SUS.
Em meio a tudo isso, o prefeito do município paulista de Paranapanema, médico ginecologista Márcio Faber, decidiu renunciar e justificou: “pedi para sair, é melhor que roubar dinheiro dos cofres públicos”. Faber disse que sabia o quanto ganharia se fosse eleito, mas pensou que poderia conciliar as duas atividades, a de médico com a deprefeito eleito -, mas viu que não seria possível, embora desejasse administrar de forma transparente e melhor o seu município, “mas acredito que deixo as pessoas certas no meu lugar, mas para mim não dava mais”.
Como ex-prefeito, o Dr. Márcio Faber já começou a trabalhar no dia 1º de agosto e voltará a receber a renda mensal de antes! O presidente da Câmara dos Vereadores de Paranapanema, Leonardo Araújo, realizou uma sessão extraordinária, mas certamente não será para entregar uma placa de honra ao mérito ao ex-prefeito Márcio Faber, eleito com 5.873 votos em 2012 pela coligação “Inovação é agora”, pela coragem de ter vindo a público e declarar a razão principal e única de sua renúncia o baixo salário -, mas para transferir ao vice-prefeito Antônio Nakayashi, os destinos da cidade.
Parabéns, Dr. Márcio Faber!