Existe Vida Fora do Facebook?
Sempre escutei a pergunta: existe vida após a morte? E sempre respondi: sim existe vida após a morte na volta de Jesus onde seremos ressuscitados em novos corpos. Mas tenho me perguntado com certa frequência: existe vida fora do facebook? E tenho respondido a mim mesma: acho que não.
Há cerca de uns quatro meses, eu estava almoçando em Niterói, cidade essa que trabalhei durante doze anos e dos quais oito anos almocei no mesmo restaurante e com isso fiz muitos conhecimentos, então neste dia encontrei o pessoal e sentamos próximos para batermos um papo e o assunto era a engenhoca(eu batizei o facebook de engenhoca) e eu como não faço parte desta rede, estava limitando-me a escutar o papo entusiasmado do postei isso, postei aquilo, compartilhei aquilo outro. E no desenrolar da conversa eis que chega Dr. Marcos( para mim Marquinhos), um advogado gente muito boa, jovem, inteligente e atualizado, ele sentou-se de frente para mim e também estava a escutar tudo o que falavam da rede, o nosso silêncio perdurava, e eu estava a pensar que o silêncio era pelo fato de estarmos ainda almoçando, mas eis que de repente ele abre a boca, solta um palavrão, e faz a seguinte pergunta: ....vocês não têm outro assunto, pombas estamos almoçando e vocês só falando de relacionamentos virtuais, ninguém até agora me perguntou como está sendo o meu dia, se melhorei de saúde e continuou falando sem parar por uns três minutos, tempo mais do que suficiente para um esporro. Todos ficaram calados se entreolhando e acredito que eles estavam perguntando silenciosamente quem era esse ET que havia sentado-se a mesa. Acreditem, para mim foi a glória, pois vi em um homem jovem, inteligente, bonito, bem sucedido, a manifestação de tudo o que penso sobre a engenhoca e após o esporro começamos a conversar nós dois e os demais ficaram a nos observar. Eu consegui neste momento fazer o que eu sempre gostei de fazer na vida, ou seja, ter contato com gente, sentir gente de perto, sentir cheiro de gente, enfim tudo o que um relacionamento entre pessoas deve ser, ao vivo. O tempo foi passando, todos terminamos de almoçar, alguns falaram mais alguma coisa e foram embora e eu e Marquinhos ficamos a conversar sobre tudo, cara a cara e na despedida trocamos um abraço e saímos satisfeitos por ainda sermos gente capazes de demonstrar a necessidade de um relacionamento mano a mano.
Mas o porquê eu estar falando mais uma vez sobre o facebook, a primeira razão é de ter encontrado uma pessoa que ainda vê como a maior fonte de crescimento emocional o relacionamento cara a cara e não via virtual, segundo, hoje recebi a notícia do nascimento no último dia 17 de Luisa, neta de uma contemporânea minha, ao saber da notícia através de uma casual ligação telefônica, a bisavô da Luisa com setenta anos ao perceber a minha surpresa, fez o seguinte comentário: foi publicado no facebook alguns minutos depois do nascimento, e o detalhe da história é que essa senhora muito querida minha tem setenta anos e eu tenho quarenta e nove, ainda tirou onda com a minha cara e recomendou-me que visse as fotos da recém nascida na engenhoca, pombas há bem pouco tempo íamos na casa conhecer ao vivo e em cores a criança, tomávamos uma taça de vinho e desejávamos emocionados tudo de bom para o neném. Tempos modernos sim, mas sem calor, sem emoção e sem abraços, mas fazer o quê, vou me enquadrando, porém sem ainda querer fazer parte da engenhoca, pois eu gosto é de abraço, beijo e tudo mais pele a pele, cheiro a cheiro, é tão bom a troca de olhar.
Eu sou contra as pessoas só se relacionarem via facebook, e assim sendo acabo antipatizando com o face.
Quanto a Marquinhos ficamos de nos encontrar na semana que vem para mais um bate papo e gargalhadas mil !