Cristal Quebrado

Um suspiro lentamente cortante e sufocado

Um grito que não se houve, nem traduz

Teu rosto em todas as ruas, deserto e pessoas

Até nas faces repulsivas e ignoradas

Mil letras não descrevem o que sinto

Sua voz vagueando, persuadindo meu caminhar

Um cordeiro entregando-se ao sacrifício

Suas correntes envolvendo minhas mãos

Tão trêmulas ao tocar seu pálido rosto

Enganando-me com sua fragilidade

Nem ouros e diamantes me fazem esquecer

A presença que me faz respirar e ouvir

E o mundo que se criou naquele pequeno espaço

Enquanto seus braços eram o meu refúgio

E a dor era escassa naquelas tardes românticas

A névoa confundiu nossos caminhos já traçados

Como um desenho tristonho e opaco

O brilho daquilo que era nosso, roubado

Gargalhadas alheias retratando um fim

Seus sentimentos enigmáticos me apunhalaram

Meu anjo de sorriso doce e puro

Levado pelo ser misterioso e sombrio

E pelo espírito do cristal quebrado

Fez-me sangrar e temer ao seu amor

Deixando as lembranças perturbadoras

O mar, o vento e as arvores se rebelaram

Partiu deixando a cor de seus olhos meigos

Tão intensos e sempre adorados por mim

E essa música que ecoa em meus pensamentos

Será a mesma que lhe fará recordar.

Lu Veríssimo Art
Enviado por Lu Veríssimo Art em 02/08/2013
Reeditado em 26/05/2015
Código do texto: T4416077
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