COLEGA DE TRABALHO – IX - continuação...

 
              Sou o primeiro a chegar. Hoje não vou “dar mole”; ela pode ser bonita, linda demais, mas não é a única mulher no mundo. É só fazer de conta que ela não existe e pronto. O coração quica por conta própria. Acabou de chegar a minha diferença. Não! Não é alguém normal, é uma força gerando uma beleza quase irresistível. Não devo compará-la com ninguém. Olhando para o monitor, seu perfil divino expande-se. Se pudesse ter seu rosto virado para mim no travesseiro ao lado do meu, pelo menos uma noite, não pediria mais nada! Só queria poder erguer-lhe os cabelos e sussurrar-lhe no ouvido o som da minha paixão. Apesar de não poder abraçá-la, beijá-la, ela por perto me fez desejar que o tempo parasse como se fosse numa foto. Não parou e acertou para que o fim da tarde chegasse. Ela não está vaporosa como sempre, com o celular massageando-lhe a orelha. Introspectiva, levanta-se rumo à porta de saída, estou a alguns passos dela; o perfume emana e me abraça dizendo-me que acabou de sair da pele dela. Descendo a escada concluo que estou vivendo intensamente porque estou amando. Ela vai para um lado eu sigo por outro. Tenho um sorriso involuntário quando me lembro que o amanhã existe para por fim à noite que se aproxima. (Jorge Lemos)
Silva Lemos
Enviado por Silva Lemos em 01/08/2013
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