FELIZ NOSSO ANIVERSÁRIO

e souza

Lembram-se do meu amigão Claudio Puppin, ele foi vocalista e baixista do nosso grupo (Adan’s fig), aquele do “pádábádá?...” na crônica “Cachorro ou urso”. Pois é, nosso aniversário é no mesmo dia e mês, algumas vezes tentamos sem êxito fazer a festa juntos e convidarmos as famílias e todos os amigos, mas sempre eram férias de janeiro e era quase impossível reunir tanta gente, gostaríamos de apresentar nosso grupo em nossa festa. O Henk emprestou algumas coisas para o baile, assim como uma tal de luz negra, que até então eu nunca havia ouvido falar, o Henk é o irmão mais velho da Judith e do André, bem, a luz negra dava um ar legal em nossas roupas brancas, emprestou também um equipamento de luz stroboscópica (nossa não sabia que essa palavra ainda fizesse parte do meu vocabulário), são aquelas que ficam piscando e girando intermitentemente, e se tem a impressão de que se está fazendo tudo em câmera lenta, mas não deu certo e resolvemos que no próximo ano o baile seria em sua casa, na garagem. Nosso conjunto já havia sido desfeito para a felicidade dos vizinhos, principalmente dos meus, pois o meu instrumento era bateria, e hoje eu sei, eu jamais soube tocar aquilo. O Robertinho, que é irmão do Haroldo, nos emprestou a lona, então, sem o grupo a festa seria um verdadeiro sucesso. Tudo checado e perfeito, ficamos sentados no meio da garagem esperando nossos convidados. Já pelas tantas havíamos ouvido o Led Zepplin umas 200 vezes, as famílias cantaram o parabéns e ninguém chegava para o baile. O disco do Alice Cooper quase furou de tanto tocar, a pick up estava fervendo de ficar ligada o tempo todo. Ficamos lá, um olhando para a cara do outro e às vezes saia um; “poxa, nem o Perci?!” O som já estava bem baixo e terminamos ouvindo Secos e Molhados, o LP inteiro, Chico Buarque, ouvimos todas as faixas, Taiguara, Pablo Milanès, Barcley e Polygram discos. Hoje sei que se aquela festa houvesse acontecido eu não teria me deliciado com tantos compositores e intérpretes fabulosos como Tom, Vinícius e Toquinho. Tenho plena convicção, foi uma das melhores festas de aniversários. Meu muito obrigado à família Puppin, Amâncio, Celma e meu querido e sempre amigo Claudinho. Enquanto eu relembrava e escrevia esta crônica, recebi uma ligação vinda do telefone do amigo Haroldo Correa Filho, e soube a triste notícia da passagem do Marcos Puppin (o marketa) que é o irmão da Sandra, Claudio e da pequena Celminha. É triste ver mais um amigo deixando a gente, mas sabemos que ele só está voltando para casa. Esteja com o Pai, meu velho companheiro. SP. Novembro/2012

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