Qual o preço da felicidade?
Um carro de luxo novo, uma cobertura de frente para o mar, 150 milhões na conta bancária. O que seria suficiente para fazer de você uma pessoas plenamente feliz? Talvez esta seja uma das perguntas mais difíceis de serem respondidas na vida, no entanto, é motivada em encontrar a resposta que a humanidade vive hoje.
Não por acaso, trocamos momentos lazer para dedicar horas de estudo, no intuito de passar num almejado concurso público e conquistar a tão desejada estabilidade. Não por acaso, perdemos a noção de quantas horas por dia trabalhamos para desenvolvermos o próprio negócio ou alcançarmos a tão sonhada promoção. Dinheiro, status, mulheres, poder, luxo... Talvez estas pudessem ser algumas das recompensas por tanto esforço
Mas hoje, particularmente hoje, me peguei novamente pensando até que ponto tudo isso vale a pena. Afinal, relembrei através de minha irmã, que talvez a felicidade não esteja nas grandes, mas sim, nas menores coisas de nossa existência.
Amanhã, sábado (02 de junho de 2012), vai fazer uma semana que a minha irmã Priscila deu a luz a sua primeira filha. O que deveria ser um momento de plena felicidade, passou a ser um misto de angustia e alegria. Desde o dia em que nasceu "Dudinha", minha sobrinha, está internada na UTI. Ela tem um problema raro. Seu coração não é como o das outras pessoas. Possui apenas um ventrículo, ao invés de dois. Sangue arterial e venoso se mistura. Hoje ela precisa dos aparelhos para sobreviver.
Para toda a família, ver aquela menina linda envolvida naquela "parafernalha" é sempre doloroso. No entanto, nesta sexta feira (01 de junho de 2012), conversando com a minha irmã por telefone, ela me fez criar um filme na cabeça, somente ao relatar um dos momentos mais importantes de sua vida. Este momento, não possui dinheiro, luxo, ou coisa parecida. Foram somente instantes de simplicidade e do mais puro amor, a expressão do amor de mãe.
Priscila me contou que, mais uma vez, saiu de casa abatida por não ter ainda sua filha constantemente ao seu lado. Dormir pra ela é algo que se resume a poucas horas, já que seu principal momento de felicidade tem sido os encontro com "Dudinha", mesmo que na UTI. A ansiedade de chegar o dia seguinte, sempre que se despede, a faz dormir tarde e a tira da cama logo cedo.
Hoje, em um momento de coragem, acreditando que poderia levar um "não" da enfermeira que estava na UTI pediu para segurar a filha nos braços pela primeira vez. Para sua surpresa, a resposta foi um "sim" e é a partir daqui que começa esta linda história. As palavras a seguir são de minha irmã.
"Eu não sei descrever pra você qual foi a sensação. Só sei dizer que foi muito bom. Não sei quanto tempo passei lá, talvez uma hora. O que eu sei dizer é que foi um dos melhores momentos de minha vida.
Comecei a conversar com Maria Eduarda. Eu dizia: 'Filhinha, mamãe tá aqui. Mamãe te ama. Você não sabe ainda o quanto você é amada. Papai tá doido pra ver você. Ele chega amanhã e a gente vem aqui ver você. Titio, titia, vovô, vovó, todo mundo quer a sua companhia. Você vai ver. Deus vai ajudar e a gente vai sair daqui, a gente vai ser muito feliz..."
Palavras simples? Talvez pra você. Pra mim foram suficientes para fazer me derramar em lágrimas.
É por causa da simplicidade deste momento que eu posso afirmar: a felicidade não está no dinheiro, nem no que ele pode proporcionar, mas no que o amor e seus simples presentes podem dar.
Mal vejo a hora de poder ter minha sobrinha ao meu lado, para assim, poder viver um pouco deste pequeno grande momento.