O PRECIOSISMO DA AUTORIDADE
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Comete preciosismo quem exagera na linguagem, em prejuízo da naturalidade e da clareza. Veja, por exemplo, este fragmento de uma narrativa:
"A formosa donzela, com os olhos marejados de lágrimas, lia febril a epístola de sua genitora”. Tradução em português: “A bela moça com lágrimas nos olhos, lia a carta de sua mãe”.
Veja esta expressão oral, muito conhecida: “Não me venha com colóquio flácido para acalentar bovinos”. Tradução em português: “Não me venha com conversa mole para boi dormir”.
Esta é dum executivo: “Infelizmente a locação de recursos em outras áreas de risco obstaculizou a realização do briefing do projeto no prazo crítico da missão". Tradução em português: “Relaxei e não consegui terminar meu relatório no prazo exigido".
Muitos usuários dessas bobagens palavrosas, acreditam que elas lhes conferem uma áurea de importância as realizações mais comuns. São tipos que adoram fazer palestras ou textos de auto-ajuda em PowerPoint, políticos, certos executivos, escribas públicos, etc., etc., etc.
Para ilustrar esta nossa prosa, leia esta historinha centralizada numa circular governamental:
Quando se desenhou a perspectiva de uma série de temporais no interior cearense; o chefe do serviço de meteorologia avisou o Governador, que, imediatamente, dirigiu uma circular aos prefeitos, solicitando informações sobre a passagem do «equinócio» (série de temporais que ocorrem em determinadas regiões quando se aproximam as épocas da primavera e do outono) pela cidade.
Um prefeito enviou a seguinte resposta, a circular: “Doutor Equinócio ainda não passou por aqui. Se chegar será recebido como amigo, com foguetes passeatas e festas”.
O preciosismo como se vê, não apenas tortura a língua. Pode também fazer vítimas.
Salve-se; quem puder! ®Sérgio.
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Se você encontrar erros (inclusive de português), por favor, me informe.
Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!