NAS ENTRELINHAS DO AMOR
A pior dor é aquela invisível aos olhos, é a sensação do abandono, são as expectativas destruídas no único tombo, descobrir no susto que aquela realidade era mera ilusão.
É impossível não acreditar no sorriso daquela pessoa, confiar no olhar quando existe um sentimento, mesmo que tão falsos sejam esses olhares, sorrisos e promessas, mesmo que tão evidente seja emboscada, sentir algo por alguém é viver um risco.
A qualquer momento seja nos mares mais calmos, nos dias mais bonitos, na imprecisão dos instantes, no calor dos deslizes que o céu claro se torna cinza, uma escolha errada, um caminho errado, e o nosso “eu” se desencontra. E amar acaba sendo se ferir no próprio bem.
Nós seres ímpares quando nos tornamos pares acabamos explorando o lado inverso da razão, e um coração que só serve para bombear sangue ganha um sentido, inspira e faz a razão se tornar poesia, a razão se torna querer, se torna saudade.
Mas será real o amor? O encanto corrompido dos dias atuais, a vaidade e o interesse nos bens materiais, o egoísmo humano, invalida, anula, porém não faz desacreditar nos corações bons, nas pessoas sensatas, no abismo desse sentimento sempre terá alguém para jogar todas as suas esperanças, correr sem saber onde vai chegar, correr por uma estrada que nem sempre nos leva algum lugar. Nas entrelinhas do amor sempre existirá alguém sofrendo.