No meio da estrada
"A gente só fica feliz de verdade quando faz o bem."
É certo que muitas vezes pisamos no tomate, fazemos coisas que não deveríamos mas temos, também, graças a Deus, os momentos que praticamos atitudes que nos alegram.
Estava eu vindo de São Paulo a Rio de Janeiro, na estrada Rio-Santos. Era outubro de 2011. Pouco antes de Paraty-RJ, um carro ia à minha frente a 60 km/h, em um trecho que deixava a mais de 80 km/h. Irritei-me um pouco com a aquela velocidade mas como a faixa era contínua fiquei atrás e não tentei a ultrapassagem.
Pouco à frente, o carro desviou-se de uma cadela que atravessava a rodovia seguida por 4 filhotes. Para mim não daria para desviar, mas pensei: "Não vou passar por cima destes cachorros!" Parei sem nem pensar no carro de trás e automaticamente esperei a batida. Mas felizmente o motorista de trás parou, ligou o pisca alerta e depois que os cachorrinhos atravessaram a estrada seguramente, seguimos a viagem. Enquanto passavam à frente do carro, um deles parou, olhou diretamente para mim, como se dissesse: "Aí tia, obrigado!"
Alguns minutos à frente, do lado esquerdo da estrada, um homem, vestido com uma batina do tipo que Francisco de Assis usava, em sua cor marrom, tocava uma flauta.
Meu primeiro desejo foi parar ao lado da estrada e ir verificar o que era aquilo, visto que pouco antes vários animais (inclusive os motoristas que não sofreram nada) foram salvos e São Francisco era tido como o protetor dos animais.
Mas estava ainda com o coração batendo acelerado por ter escapado de uma batida na estrada, achei melhor não me arriscar mais. Mas, hoje penso que de alguma forma aquela figura ajudou a proteger aquele momento.