A MODERNIDADE TEM SEU LADO POSITIVO
Acabo de desligar a lavadora de roupa, para em seguida ligar a secadora. Deixei-a trabalhando girando sem parar, daqui a menos de uma hora, ela emitirá um som, avisando-me que a roupa, já está seca e cheirosa, pronta para ser guardada.
Fico ouvindo o ruído baixo que ela faz, enquanto me conservo sentada em frente da janela do apartamento. E de repente a bela vista que tenho da ilha de Manhattan, é substituída pelos varais da vila de minha infância. Acomodada nas asas das lembranças, sinto o vento fresco passar, e esvoaçar as roupas coloridas, penduradas nos imensos arames dos quintais, como se tomassem um banho de sol.
Em minha infância, gostava de ajudar minha avó a estender as roupas no varal. Ela tinha um ritual para isso, sempre pendurava as peças brancas, separadas das coloridas. Minha função era a de segurar os prendedores. Me sentia muito importante, com a tarefa.
Curiosa, que sempre fui, não custou muito para perguntar, o por quê, ela estendia a roupa branca separada da colorida? "Tem que separar, caso contrário, as coloridas podem manchar as brancas". Foi a explicação.
Depois que acabava a tarefa, lembro-me, que minha vó pegava a imensa bacia de alumíno, agora vazia, e voltava aos seus afazeres.
Eu ficava ali, sentada no gramado, encantada com o esvoaçar das roupas, ao sabor do vento. E o brilho que o sol conferia a cada peça, era mágico para minha imaginação, que nunca tinha limites.
Por várias vezes, pareceu-me, que as blusas ganhavam braços, as calças, pernas, as meias, pés, e de repente, lá estavam os personagens, a dançar, pregados nos arames dos varais.
Piiiiiii... o apito da secadora, me desperta do devaneio. Levanto do conforto da minha poltrona. É hora de retirar as roupas secas da máquina, dobrá-las e guardá-las.
Hum... não é que ela trabalha direitinho, deixa as roupas macias e cheirosas, além de secas.
Até, que a modernidade tem seu lado positivo.
(Imagem: Lenapena- NY)
Acabo de desligar a lavadora de roupa, para em seguida ligar a secadora. Deixei-a trabalhando girando sem parar, daqui a menos de uma hora, ela emitirá um som, avisando-me que a roupa, já está seca e cheirosa, pronta para ser guardada.
Fico ouvindo o ruído baixo que ela faz, enquanto me conservo sentada em frente da janela do apartamento. E de repente a bela vista que tenho da ilha de Manhattan, é substituída pelos varais da vila de minha infância. Acomodada nas asas das lembranças, sinto o vento fresco passar, e esvoaçar as roupas coloridas, penduradas nos imensos arames dos quintais, como se tomassem um banho de sol.
Em minha infância, gostava de ajudar minha avó a estender as roupas no varal. Ela tinha um ritual para isso, sempre pendurava as peças brancas, separadas das coloridas. Minha função era a de segurar os prendedores. Me sentia muito importante, com a tarefa.
Curiosa, que sempre fui, não custou muito para perguntar, o por quê, ela estendia a roupa branca separada da colorida? "Tem que separar, caso contrário, as coloridas podem manchar as brancas". Foi a explicação.
Depois que acabava a tarefa, lembro-me, que minha vó pegava a imensa bacia de alumíno, agora vazia, e voltava aos seus afazeres.
Eu ficava ali, sentada no gramado, encantada com o esvoaçar das roupas, ao sabor do vento. E o brilho que o sol conferia a cada peça, era mágico para minha imaginação, que nunca tinha limites.
Por várias vezes, pareceu-me, que as blusas ganhavam braços, as calças, pernas, as meias, pés, e de repente, lá estavam os personagens, a dançar, pregados nos arames dos varais.
Piiiiiii... o apito da secadora, me desperta do devaneio. Levanto do conforto da minha poltrona. É hora de retirar as roupas secas da máquina, dobrá-las e guardá-las.
Hum... não é que ela trabalha direitinho, deixa as roupas macias e cheirosas, além de secas.
Até, que a modernidade tem seu lado positivo.
(Imagem: Lenapena- NY)