Últimos.

Tudo parecia tão comodo, até que esta noite ela o fez pensar mais uma vez. Até quando se prenderiam a distância se já não poderiam mais esperar?

Essa noite novamente o coração em chamas se perdeu, se acendeu, incendiou e apagou, esquentou e esqueceu, não sabia mais se devia amar ou sofrer, não queria mais se meter, não queria entender, queria somente viver.

Seria muito fácil, muito comodo, mais parecia um incomodo. Não tinha escapatória, mas a distância era sua forma de fugir talvez por isso não tinha como reagir. Nesse meio termo ficava e por isso que chorava, se devia se decidir, sua vontade era fugir e a desculpa que arranjava era que estava longe de sua morada, namorada, nada.

Essa noite não passou e ele se sentiu pesado, rachado, enrolado por si mesmo na corda da condenação, sua forca era o tal do coração.

Tinha o sentimento e não sabia sentir, por isso estava tanto a se confundir.

A história não o faria mentir, Faria-o sentir, faria-o admitir, faria-o vir, ao encontro de quem , merecia ou quem devia e ele se atreveria?

Largaria a comodidade pela simplicidade, se entregaria a complexidade do amor a se eternizar no gesto que estava prestes a realizar?

A poesia o tranquilizava e o fazia lamentar, afinal sua amada o ensinou a recitar. Recitar seus sentidos num papel, deixar sua alma ao encontro de suas mãos com o complexo de letras que rondavam sua mente inquieta.

Parecia mágica, tudo ia se limpando, as impurezas e o amor ficava mais brando. Ao passo que alardeava sua dor, escrevia pelo amor, assim como o com cantor a musica se realiza, o poeta com o poema eterniza.

Eterniza sua história que agora só deve ficar na memória, de quem um dia quis ter coragem de deixar as entrelinhas e mostrar sua verdadeira imagem.