Dez Mandamentos como Ética Contemporânea

“Dez Mandamentos como Ética Contemporânea", foi o título da palestra do Luiz Felipe Pondé na sexta (5/07), na Casa Folha em Paraty .

Pondé articulou com expressividade dizendo sobre, a origem e de como os Dez Mandamentos estão inseridos no cotidiano contemporâneo:

"É a tábua a partir da qual o povo vai construir seu comportamento, são vistos como a pedra filosofal a partir da qual o povo vai constituindo uma identidade. E isso através de regras, porque, sem regras, você não vive.”

Os Dez Mandamentos (é um código moral e começa a ser escrito a partir de 1200 AC), assim como, a Tora inteira, foi organizada pelos sacerdotes (é o começo da literatura).

Luiz Felipe comenta sobre o cristianismo dar uma “repaginada” na imagem do Deus um tanto cruel do judaísmo. Um grande personagem é o Deus do Antigo Testamento que "mata bastante", ele vai mais longe ao afirmar:

"Só um Dostoiévski ou um Shakespeare seriam capazes de pensar um personagem assim. Imagino o que era para Adão e Eva viver com esse cara. Ele é dono de tudo, sabe o que você pensa, e, ainda por cima, não é metido, como qualquer um de nós seria com um poder desses."

Ele ponderou sobre a “idolatria” usando o filme Decálogo” (Dekalog, Polônia, 1987), do grande diretor polonês Krzysztof Kieslowski em que em um dos dez episódios, o pai leva a ‘Ciência” como: a sua adoração. Luiz Pondé marca em sua fala: “Vá com calma com a idolatria para não acontecer de você idolatrar a si mesmo”!

O palestrante mostra para seus ouvintes como a modernidade tem a característica de deixar de lado o passado, o respeito aos ancestrais (o culto aos ancestrais).

"A relação com o passado é importante, porque os ancestrais nos legaram uma herança. A grande questão é: o que nós vamos deixar de legado para as próximas gerações? A modernidade parece um adolescente de 17 anos, que acha que entende tudo sobre o mundo e que o passado não vale nada. Quando você aprende a respeitar o que veio antes de você, ajuda a baixar a bola sobre o que pensa de si mesmo."

“Quando estou com “Todomundo” eu não preciso do esforço de dizer quem “Eu” sou, então é perigoso eu não ser “Ninguém! Não devemos destruir o poder constituído, mas reinventa-lo!”

Ponde ainda diz: "Uma das vantagens que a gente aprende quando estuda religiões é que elas são entidades muito antigas, a literatura produzida é de uma sabedoria imensa sobre o ser humano. Como é muito antiga, essa literatura religiosa tem uma reflexão abissal sobre o ser humano."