RECAÍDA.
Os meu três ou quatro leitores já estão carecas de saber quem são os meus personagens: Arlindo, Altamiro, Edileuza e D.Lili, mas para os que (Deus permita) ainda me vierem a ler, mister se faz o dever social da apresentação formal.
ARLINDO – malandro, mulato sestroso, "bon vivant", flamenguista uterino, bom de papo, tipo "a caminha é logo ali", chegado numa boa pinga "só se for branquinha", sem conotação preconceituosa. Traja-se informalmente; bermudão, camisa (rubro-negra, claro), sandália havaiana e boné com a pala sempre para o lado errado. Profissão (só na carteira) ajudante de pedreiro, residência ignorada.
ALTAMIRO - Egresso de família de classe média baixa, funcionário público. Por atavismo incorporou o absurdo uso de colete, polainas e pincenês com aquele cordãoazinho e tudo. Tez muito branca,olhos miúdos e, sempre, buliçosos, cabelo certamente glostorado e um pavoroso bigodinho, simples fino traço de lapis, imitação grosseira dos tempos do pirata Errol Flyn, bigode esse que acompanha e emoldura todas as falas do seu dono. Possivelmente, também, trouxe de herança a incrível predisposição para a polêmica, dom que pratica como se empunhasse um florete.
EDILEUZA - Mulata bem fornida, exagerando um pouco nas ancas e na região glútea, empregada de D Lili, a quem procura, descaradamente, imitar. Ex do Arlindo, de quem se separou pelo simples fato do famigerado flamenguista só sair da cama para o Maracanã e, dependendo do resultado da partida, sumir do barraco "sine die" de voltar. Acabou se engraçando com o Antenor, que largou a família, as polainas e o colete (ah, o amor!), mantendo, apenas, o pincinês e o vício da polêmica.
D. LILI - Loura, bonita e (as vezes acontece) inteligente! Mulher do bonitão Carlos Eduardo (Cadu), que, por absoluta timidez, nunca participa dos acontecimentos. Patroa da Edileuza, tem por ela uma sincera amizade e procura melhorar seus conhecimentos, principalmente no uso correto do vernáculo e no controle da natalidade.
Os figurantes estão apresentados; as cenas ficam pra próxima semana.
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(não deixe de ler o colega Cronista