Sexy shop: tabu ou prazer?
Sexy shop é um assunto tabu para você?
Para mim já foi, houve o tempo que falar sobre esse assunto causava riso e entrar em sexy shop causava bochechas rosadas de tanta vergonha.
Sou menina do interior, lá deveria ter uma ou duas lojas desse segmento para atender a cidade toda e quando falamos do interior não estamos falando sobre uma população significativa, ou seja, a probabilidade de eu encontrar alguém conhecido era gigantesca.
Então durante o tempo que lá vivi decidi evitar esse constrangimento e acabei entrando na onda dos antiquados, quando alguma amiga dizia que iria a um sexy shop eu comentava “Hum, não se garante, não? Precisa de brinquedinhos?” ou “Não sei como você consegue enfiar uma borracha dentro de você”.
Claro que eu falava aquilo da boca para fora, pois se soubessem o que se passava da boca para dentro seria “Deixa eu ir contigo?”, mas não cheguei a ir, no entanto, em um belo momento da vida motivada por um antigo sonho decidi morar em São Paulo.
Vocês devem estar pensando “Chegou lá e ‘despirocou’ de vez, afinal todos dizem que você pode andar com uma melancia na cabeça que ninguém repara”. Mentira! Claro que reparam, a diferença é que a probabilidade de você encontrar aquelas pessoas novamente são mínimas. Agora vai com a melancia na cabeça em uma festa que você costuma ir sempre, com certeza você será lembrado por isso o resto da vida.
No entanto, uma coisa é certa, em São Paulo deve haver ao menos 10 sexy shops por bairro, logo o risco de esbarrar com alguém conhecido é quase inexistente. E vamos ser realistas, quem nunca explorou um sexy shop com toda certeza deve viver na curiosidade. Dizem as boas línguas que esse segmento foi criado especialmente para as mulheres, posso dar meu depoimento? “Estou com eles e não abro ou abro, enfim, vocês entenderam”.
Descobri um sexy shop nos fundos de uma loja de lingerie e pensei “Que incrível! Entro fazendo a linha vou comprar calcinhas, quando na realidade compro outras coisas, enfio na sacola e ninguém vai desconfiar”, apesar de eu estar em São Paulo, aquele lugar ainda causava um pouco de vergonha. O plano parecia perfeito, entrei disfarçando olhando sutiãs e calcinhas, a vendedora aproximou-se de mim “Posso lhe ajudar?” “Não, só estou olhando”, caminhei até o fundo da loja e entrei onde realmente me interessava.
Os olhos brilharam e a boca ficou semiaberta, parecia carnaval, tinha todas as cores e tamanhos. E mais uma vez uma vendedora aproximou-se “Posso lhe ajudar?”, fiquei por um momento estática até dizer sem nem olhar para o rosto dela “Não, só estou olhando”. Continuei minha exploração desejando estar invisível, mas pensei “Ninguém lhe conhece aqui, relaxa” e fui relaxando, fiquei maravilhada, não era apenas todas as cores e tamanhos, mas tinha vários tipos de texturas, formatos, cheiros e velocidades.
Escolhi meu objeto de desejo, fiquei ali o observando até que a vendedora se aproximou já enfiando a mão no pênis de borracha realístico e um leve cheirinho de tutti frutti, “Gostou?” falou sorrindo pra mim, acho que fiquei branca, ela nem esperou eu responder e disse “Não se preocupe vou colocar em uma sacola bem grande”, pegou a sacola e enfiou a embalagem dentro, mas a “cabeça” ainda ficou à mostra e mais uma vez ela soltou “Esse danadinho quer ficar se aparecendo”.
Peguei a sacola e enfiei na mochila ainda calada, fui até o caixa pagar e ao sair da loja não pude resistir, dei muitas gargalhadas daquela situação. Depois desse dia ir ao sexy shop perdeu o mistério, hoje papeio horas com a atendente sobre as novidades que chegaram e o “Danadinho” continua lá em casa, afinal ele não poderia ter outro nome.