nair lúcia de britto
Estou confiante de que a visita do Papa ao Brasil, num momento em que este país enfrenta um período conturbado em que o povo está cansado de sofrer injustiças, violência e desigualdade social, será profícua e abençoada.
Se o Papa prosseguir na meta a qual se propôs de se basear na fiolosofia religiosa de São Francisco de Assis, que pregava a humildade, o amor e o perdão; eu acho que teremos grandes chances de progredir na religião Católica unida a outras religiões que procuram seguir a fé verdadeiramente cristã e o Evangelho que Jesus nos ensinou.
Sob o meu ponto de vista, algumas verdades sobre a vida na Terra precisam vir à tona, para que cessem os preconceitos de qualquer natureza. Que a fé não substime o uso da razão e da Ciência e que não haja nenhum ato que cause constrangimento ao homem e nenhum sacrifício aos animais.
É preciso que o homem entenda que o que realmente existe é a nossa alma, que é eterna. E que o nosso corpo é apenas a sua vestimenta provisória; além de ser a casa de Deus, que nos inspira e nos protege quando estamos trabalhando pelo Bem. Daí o respeito e o cuidado.
Penso ser indispensável a conscientização do homem de que a religião não pode nem deve servir de instrumento para o progresso material e, sim, para o progresso espiritual.
Por isso, todo trabalho religioso não pode ser cobrado. Os líderes religiosos não podem ostentar o luxo ou riqueza com o dinheiro dos fiéis; às vezes pobres. Nem fazer às vezes de juiz. Juiz é Deus.
Toda contribuição às Igrejas, por justiça, precisa ser expontânea, de acordo com as posses dos fiéis, e destinada ao útil e necessário. Sugiro que, se forem artistas, colaborem com a sua arte. Ou com trabalho porque o trabalho também é uma caridade.
Os criminosos, que também são filhos de Deus, poderiam ser recuperados através da arte, do esporte e do trabalho dentro das próprias prisões ou fora dela, conforme o caso.
A assistência médica, jurídica, moradia e alimentação tem que ser um direito de todos que trabalham honestamente. E não como acontece: quanto mais duro o trabalho, mais mal remunerado.
Todas as profissões, principalmente as mais necessárias para prestar serviços à população, precisam ser valorizadas a fim de que não desapareçam do mercado de trabalho. Mas, pelo contrário, proliferem! Para que não faltem serviços nem trabalho.
É isto que eu entendo por fé religiosa. Tenhamos em mente que a evolução e o progresso da humanidade não é um trabalho que cabe só ao Papa. Mas também aos governantes e a todos nós!