PÁSSAROS LIVRES

(em louvor às ararinhas de Urânia/SP)

Cada pessoa vê o mundo segundo o concebe... Algumas não têm Paz no coração e não conseguem ter olhos para o Belo, nem valorizam o estar em liberdade, porque estão acorrentados aos humores intempestivos do dia a dia, muitas vezes aliando-se ao comodismo coletivo, de boca fechada para não se incomodar com o próximo... Consequentemente, não lhes apreciam os bichos, especialmente os pássaros, mesmo os mais inofensivos. Talvez porque alguns desses cantem em liberdade. Ou, aos bandos, façam o alarido estonteante de estarem vivos, louvando, inocentemente, a liberdade de tornar o amanhecer e o final da tarde diferenciados... O levantar e o cerrar das pestanas do sol nem sempre coincidem com a liturgia naturalista da humana criatura...

– Do livro A FABRICAÇÃO DO REAL, 2013.

http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/4401064