Se eu falar com uma criança
Se eu fosse falar a uma criança sobre a beleza de uma música ou de uma poesia, se eu fosse explicar a ela sobre a importância de se ler livros de histórias e de contos, eu ficaria enchendo o seu tempo por muitos minutos. E ela não ligaria às minhas ponderações, pois, gostaria de sair correndo dali e ir brincar pra outro lado.
Porém, mais tarde eu insistiria, e voltaria a explicar a essa criança sobre o poder de uma poesia, ao som de uma bela música ao fundo. E ela enfim me escutaria com atenção, e ainda, como toda criança tão inteligente que é me questionaria a cada três palavras ditas. E eu a responderia com o maior prazer.
Digo isso, pois gostaria de presenciar outro mundo daqui a alguns anos. Digo isso, pois criança deve saber o poder de coisas boas e não apenas presenciar as armadilhas da vida. Digo isso, pois as crianças que aprendem sobre poesias e brincam com livros de contos são a minha esperança.
Se um dia eu fosse falar a uma criança sobre como é bom brincar de bola ao invés do vídeo game e como é legal ler um livro ao invés de computador, certamente eu a encheria com palavras chatas por algum tempo. E mesmo assim eu insistiria até ela me entender, apenas para sair dali e ir para o seu mundo virtual.
Mas, mesmo assim, eu ficaria satisfeito por ter plantado naquele pequeno Ser uma sementinha de curiosidade, por um livro ou por uma bola. E eu sei que mais tarde ela iria procurar saber o que tem de tão interessante num livro de capa dura.
Se eu fosse falar com uma criança sobre o seu futuro e o meu presente, ela pensaria na mudança desde já e faria os seus planos mais inteligentes... E seria a diferença, e gostaria de ler, e diria a seus amigos palavras bonitas, brincaria na chuva e na terra, aprenderia a rezar. Se eu fosse falar com uma criança, eu seria o “Tio” chato, mas sentiria muito orgulho de ter ensinado a ela as coisas boas e essenciais da vida.