Coisas que lembramos e sabemos que é melhor esquecer!

Às vezes por mais que não guardemos rancor,muitas coisas vividas ficam no subconsciente e uma hora,quando menos esperamos elas vem à tona.

Lembrei-me de repente de algumas vezes que me enganei seriamente e me decepcionei feio com o ser humano.Em uma dessas vezes,eu estava na casa de uns "parentes" de consideração e tinha por vota de 11 anos talvez,não sei porque minha mente trouxe isso de volta mas resolvi escrever para varrer o lixo.Não lembro com raiva,não guardo rancor,mas lembro como foi constrangedor bem mais que passar a humilhação,descobrir a maldade de alguém que eu acreditava gostar de mim. Èramos crianças, quase parentes e eu estava de visita na casa.

Brincávamos,ríamos e eu me sentia segura ali.Como eu estava de visita não havia levado mais que dois pares de calçado e algumas peças e roupa,um chinelo e uma sandália para o caso de precisar sair.

A minha amiguinha era mais nova que eu não lembro quantos anos,mas tinha um coraçãozinho bem ruim.A família decidiu que no domingo ia visitar um pessoal em Pinheiros,SP. Isso era passeio que exigia roupa de domingo,eu fui me arrumar,banho cabelo,e quando chegou a hora de colocar a sandália,a única que eu tinha ali,cadê?

Procurei por todos os lugares e nada,o curioso é que a minha "amiguinha" na época calçava o mesmo número que eu,e os calçados extras dela haviam sumido todos! Então ela nao poderia me emprestar nada,não restando opção a não ser eu ir ao passeio com um chinelo de dedo! Não queriam me deixar sozinha na casa porque eu era apenas uma criança,então lá fui eu limpinha penteada mas me sentindo a pior pessoa do mundo,porque eu era a única de chinelo velho ali, enquanto todos estavam com roupas e calçados dignos de passeio de domingo.

Ainda me lembro da sensação humilhante e da inocência de não perceber a cara de psicopata da colega que no fundo estava feliz com meu deconforto! Sobrevivi a experiência,e incrível que ao chegarmos, milagrosamente a minha sandália apareceu bem como os calçados da menina da casa.E um dia, algum tempo depois, nem lembro quanto,mas provavelmente alguns anos, a dita cuja me perguntou se eu lembrava do episódio do sumiço dos calçados,quando eu disse que sim,ela me falou com todas as letras que os tinha escondido! A intenção era me fazer ir em um passeio parecendo uma mendiga de chinelo velho enquanto todos estavam bem arrumados.Quando eu soube daquilo,doeu porque eu estava descobrindo a falsa amiga que aquela pessoa era,falou-me com arrogância e não com intenção de se desculpar da travessura,dando a entender que a minha amizade para ela não significava nada!

Outra vez,conheci uma colega de escola quando estava na terceira série primária,me afeiçoei a ela,frequentava a minha casa,dormia lá.

Era a irmã que eu não tinha,porque era como se eu fosse filha única,todos de casa eram bem mais velhos que eu por eu ser filha temporã,nunca tive muito com quem brincar.Um dia cheguei de viagem depois de ficar um tempo sem ver a minha amiga querida e ao ir cumprimentá-la,me tratou friamente! Nunca entendi o porque,mas a partir dali viramos colegas,que se cumprimentavam e até conversavam de vez em quando.Depois a vida nos separou definitivamente e fico me perguntando: onde andará? Bem, não importa,espero que minhas mui amiguinhas estejam bem e sejam felizes. E talvez elas nem lembrem mais que eu existi,mas seja como for, espero que tenha ficado menos mazinhas.rsrsrsrs