A CASA DO SOL
Passos rápidos sugeriam um destino. Uma ansiedade desmedida ganhava espaço. Algo iria acontecer. Restava esperar.
O caminho estreito e sinuoso impedia que se visse o que estava por vir. A expectativa aumentava.
Como num passe de mágica, uma estranha construção surge. Sozinha, isolada. Suas paredes de pedra calcárea, de uma largura enorme, estão desgastadas pelo tempo. A porta estreita dá entrada para o único vão que mais parece uma nave. Meus olhos não conseguem entender tamanha a beleza do lugar. A emoção é de resgate. Num canto apenas uma mesa de pedra, tosca. Sobre ela, alguns panos indicam servir de leito para alguém. Só aí vejo um homem rebocando uma das paredes. Aproximo-me e indago: Onde estou? Ele respondeu, não reconhece? Na CASA DO SOL. Lembra? Você sempre procurou por ela. Olho acima da mesa e vejo no alto da parede um sol asteca de bronze iluminando tudo.
Uma sensação de paz me toma. Eu finalmente tinha chegado a meu ponto de origem. Estava voltando ao começo de minha jornada. Nenhum medo, apenas uma paz me cobriu.
Acordei nesse domingo chuvoso sem nada entender. Será que vivi tudo isso ou foi apenas um sonho? Fecho os olhos na tentativa de voltar, em vão. Pelo menos agora sei que lá dentro de mim existe minha CASA DO SOL que será meu refúgio.