Vassouras de flores
Alguns anos já se passaram e eu me lembro da vassoura vestida de flores. Tudo que é diferente chama-nos a atenção. Uma vassoura tem ligação com limpeza, retirar o lixo acumulado, esfregar o chão com sabão de coco (delícia de cheiro), usar como apoio quando estamos cansadas (como uma bengalinha). Pode ser também ligada a bruxinhas e bruxas. Eu prefiro as bruxinhas, porque são bem mais mimosas. De bruxas e bruxos verdadeiros, o mundo está cheio e deles quero distancia!
As vassouras sempre fizeram parte da vida de nosso pai. Quando era menino, usava-as no terreiro enorme de secagem de café, varrendo mais uma vez o que estava limpo, com aquelas folhas de uma árvore que nem sei o nome, amarradas no longo pedaço de galho de goiabeira.
Mais tarde, o mundo profissional deste homem incrível era composto de uma banca de verduras de três metros de largura por quatro de comprimento. A decoração do lugar consistia de um rádio velho, um filtro com água, livros de orações, um quadro de Santo Antônio (que eu gostaria de saber onde está), para que ele não se esquecesse de sua grande fé. Papai vendia suas preciosidades: bananas, tomates, batatas, chuchus e vassouras! Durante muitos anos eu ganhei vassouras do meu pai. Ainda tenho uma, que guardo com muito carinho. Uma hora dessas vou enfeitá-la de flores.
As vassouras tornaram-se objetos sofisticados. Obviamente ninguém vai procurar galhos e amarrá-los em cabos para a limpeza de uma casa. Tem até algumas que são acopladas nos baldes, com dispositivos para limpeza que até nos surpreendem, tornando-se até objetos de uso pessoal indispensáveis e caros. A vassoura faz limpeza...
Tenho vivido momentos de intensa emoção, cansaço, ternura, preocupações dobradas, mais sonhos, desde que Deus mandou alguém de muito longe para me ajudar a varrer a casa. Acordei hoje bem cedinho, como sempre. Tive que trocar de roupa duas vezes em pouco tempo. Senti frio demais e depois calor. Isto pode ser até simbólico; são as mudanças acontecendo.
Há de se ter uma necessidade premente de fazer uma varredura na vida inteira, começando pela limpeza física do nosso lugar. Gavetas, armários, cantinhos, tirar cada partícula de poeira, separar o que não usamos mais. Depois, com calma, começar a escolher o bom e descartar o que não nos acrescenta nada. Isso inclui pessoas, mas seriam “os específicos quem” não nos acrescentam nada de bom...
Vejo mentes trabalhando numa velocidade da luz em prol da desgraça alheia. Vejo inveja transbordando em cada poro. Vejo desejo de poder, de controle. Vejo e nada faço. Um dia aprendi que as pessoas sensatas se calam, porque o silêncio fala muito mais – sabedoria pura de Teresa de Ávila.
Na limpeza verdadeira, a de alma, podemos ver como fica tudo branquinho depois que descartamos o feio e as partículas que corroem a alma de cada um dos invejosos.
(Domingo delícia, ainda amo minha ponte machucada, ainda amo meus monumentos quebrados, minhas ruas sujas, meus muros pichados...)
Imagens: Net search e Olivia, quando era bebê, descobrindo o mundo.
Alguns anos já se passaram e eu me lembro da vassoura vestida de flores. Tudo que é diferente chama-nos a atenção. Uma vassoura tem ligação com limpeza, retirar o lixo acumulado, esfregar o chão com sabão de coco (delícia de cheiro), usar como apoio quando estamos cansadas (como uma bengalinha). Pode ser também ligada a bruxinhas e bruxas. Eu prefiro as bruxinhas, porque são bem mais mimosas. De bruxas e bruxos verdadeiros, o mundo está cheio e deles quero distancia!
As vassouras sempre fizeram parte da vida de nosso pai. Quando era menino, usava-as no terreiro enorme de secagem de café, varrendo mais uma vez o que estava limpo, com aquelas folhas de uma árvore que nem sei o nome, amarradas no longo pedaço de galho de goiabeira.
Mais tarde, o mundo profissional deste homem incrível era composto de uma banca de verduras de três metros de largura por quatro de comprimento. A decoração do lugar consistia de um rádio velho, um filtro com água, livros de orações, um quadro de Santo Antônio (que eu gostaria de saber onde está), para que ele não se esquecesse de sua grande fé. Papai vendia suas preciosidades: bananas, tomates, batatas, chuchus e vassouras! Durante muitos anos eu ganhei vassouras do meu pai. Ainda tenho uma, que guardo com muito carinho. Uma hora dessas vou enfeitá-la de flores.
As vassouras tornaram-se objetos sofisticados. Obviamente ninguém vai procurar galhos e amarrá-los em cabos para a limpeza de uma casa. Tem até algumas que são acopladas nos baldes, com dispositivos para limpeza que até nos surpreendem, tornando-se até objetos de uso pessoal indispensáveis e caros. A vassoura faz limpeza...
Tenho vivido momentos de intensa emoção, cansaço, ternura, preocupações dobradas, mais sonhos, desde que Deus mandou alguém de muito longe para me ajudar a varrer a casa. Acordei hoje bem cedinho, como sempre. Tive que trocar de roupa duas vezes em pouco tempo. Senti frio demais e depois calor. Isto pode ser até simbólico; são as mudanças acontecendo.
Há de se ter uma necessidade premente de fazer uma varredura na vida inteira, começando pela limpeza física do nosso lugar. Gavetas, armários, cantinhos, tirar cada partícula de poeira, separar o que não usamos mais. Depois, com calma, começar a escolher o bom e descartar o que não nos acrescenta nada. Isso inclui pessoas, mas seriam “os específicos quem” não nos acrescentam nada de bom...
Vejo mentes trabalhando numa velocidade da luz em prol da desgraça alheia. Vejo inveja transbordando em cada poro. Vejo desejo de poder, de controle. Vejo e nada faço. Um dia aprendi que as pessoas sensatas se calam, porque o silêncio fala muito mais – sabedoria pura de Teresa de Ávila.
Na limpeza verdadeira, a de alma, podemos ver como fica tudo branquinho depois que descartamos o feio e as partículas que corroem a alma de cada um dos invejosos.
(Domingo delícia, ainda amo minha ponte machucada, ainda amo meus monumentos quebrados, minhas ruas sujas, meus muros pichados...)
Imagens: Net search e Olivia, quando era bebê, descobrindo o mundo.