O que eles querem?
Estamos no meio de uma revolução. Isso não é novidade. Mas, que revolução é essa? Que pretendem os sujeitos dessas ações que temos presenciado recentemente, tais como quebradeiras, incêndios, depredações, furtos, danos, tudo isso debaixo dos olhos dos governantes, que e não sabem o que fazer. Na verdade, as pessoas que governam o Brasil jamais esperavam que algo parecido pudesse acontecer. Mas, está acontecendo. E está acontecendo de forma sistematizada.
Não é obra do acaso. Não é resultado de pressão momentânea. As pessoas estão se preparando, se armando e indo para a rua, descarregar seu ódio, sua insatisfação, sua bestialidade. Para isso, se misturam aos que se unem em torno de causas legítimas e usam de meios legítimos para manifestar seu descontentamento. São, pelo que se pode observar nas gravações, muitas delas postadas na Internet por eles mesmos, jovens saudáveis e capazes, que poderiam estar envolvidos na construção de um país mais justo, mas, que optaram pelo vandalismo, pela demonstração de força e pelo anonimato.
Entre nossos jovens há muitos que não aprenderam a ser cidadãos, preferindo cobrir o rosto com máscaras e agir como manda sua falta de educação. Sim, falta de educação, pois pessoas que receberam uma educação adequada, que e tenham sido preparadas para pensar nas consequências de seus atos, não quebrariam o bem público, já que saberiam que o custo do conserto vai sair do seu próprio bolso.
E o que pedem, ainda que sem saber, esses que destroem o que seus pais pagam caro para existir?
Não pedem eles por uma pai, por uma lei, por limites?
E o pior de tudo é que não temos limites. O Brasil de 2013 é resultado de gerações forjadas sob um discurso que se repetiu nos últimos trinta anos. Um discurso que foi construido com base no desejo honesto de pais que não tiveram uma educação adequada para repassar a seus filhos e se deixaram influenciar pela “psicologia fast food” das receitas prontas compradas nas revistas como a tão lida Pais e Filhos. Quem não lembra?
E aí está o resultado. A figura do pai que impunha limites foi deposta, em favor de um pai amigo, que nunca dava um puxão de orelha, porque isso poderia traumatizar a criança. Por consequência natural, as instituições tiveram que se adaptar à mudança.
A mãe, que trazia em sua fala a lei do pai, ameaçando de punição o filho pretenso rebelde, não existe mais, não ameaça mais.
Os filhos foram abandonados à sorte. E sorte é o que eles não estão tendo, pois, como era de se esperar, optam pelo caminho mais curto e que melhor atende aos seus desejos imediatos e sem qualquer noção de regra, de ética, de moral, simplesmente dão vazão ao seu instinto, no sentido lato da palavra.
O Estado foi enfraquecido, ao ponto de não poder mais usar a força para conter os filhos alucinados dos pais desajustados. Ou seria o inverso? Nossos governantes continuam a fingir que governam. Continuam a aplicar toneladas de maquiagem sobre a cara suja da situação.
A igreja não exerce mais seu antigo papel regulador do comportamento das massas. A igreja mudou. Hoje está cheia de estelionatários, de profissionais da religião e de fieis de “meia tigela”, falsos seguidores de falsos lideres. Pura encenação. Dá pena ver.
Agora nos encontramos em uma situação desesperadora. Basta olhar para o futuro pra ver que a coisa não vai prestar. O que se pode esperar de um país que é e será governado por pessoas com tal formação moral?
O voo será curto como o de Ícaro. A maquiagem certamente derreterá como a cera, ao sol da verdade que não se pode conter. Aliás, eis que já está se derretendo. E todos já estão vendo, uns mais e outros menos claramente o quão feia é a cara desse lindo país, cujos paisanos nem sabem mesmo o que é ser um cidadão.
Faltou a essas crianças que brincam de quebrar tudo, uma mãe que lhes mostrasse os conceitos de certo e errado. Faltou-lhes um pai que lhes mostrasse o conceito de sociedade e de respeito ao outro. Falta-lhes uma sociedade organizada (o Estado, a Igreja, a Escola), capaz de lhes provar que é verdade o que lhes disseram sua mãe e seu pai.
Mas as mães não disseram, os pais não mostraram, a sociedade não quer respostas violentas... Pode traumatizar as crianças.