O PARACLETO ESTÁ SOLTO!

Hoje, terça-feira, como de costume, fui dar uma passadinha no box da Feira Modelo para comer as minhas duas postas de mapará. Estavam, ainda, fumegantes e de uma bela cor dourada proporcionada pela cobertura de farinha de rosca, frita com generosa porção de manteiga de garrafa.

Pensei com os meus botões: Ah, se o mano Viégas estivesse, assim como eu, diante de um petisco desse quilate! Acho que mandaria às favas a dieta e cairia sem dó nem piedade naquela carne branquinha, com muito poucas espinhas! Um dia ainda estaremos juntos dando tratos aos dentes driblando uma ou outra espinha desavisada! Oportunidade não haverá de faltar e que a Bel não venha descobrir, depois...

Mandei ver a dose de pinga envelhecida e saí devagarinho, tomando o rumo do meu banco preferido, aquele lá das proximidades da “Padaria Mineira”. Não gostei do lugar, naquele momento! Havia alguns moradores de rua esparramados sob a sombra do pé de fícus e sentia-me incomodado por ver gente, assim como eu, naquele estado de extrema penúria e abandono.

Eram pessoas nitidamente enfermas, sujas e com trapos ensebados. Suas feições denotavam algum tipo de envolvimento com o que houver de mais barato no reino das drogas. Tinham a cara avermelhada, mesmo os negros, e os calcanhares rachados, tomados por calosidades como se fosse uma espécie de couraça de paquiderme.

Imaginava que tipo de drama cada um deles poderia ter vivenciado a ponto de induzi-los a abandonar o lugar de nascença, familiares, tradições, etc, e partir para um lugar nada afável ou promissor como uma cidade grande, onde tudo lhes era desconhecido?

Como se ajustaram às condições adversas em que estavam mergulhados até à medula dos ossos? Como faziam para buscar o alimento, completamente distanciados dos horários convencionais das refeições diárias? E as suas necessidades fisiológicas? E o banho, quando isso fosse viável? E sob que circunstâncias ainda encontravam algum vestígio de tesão para embarrigar alguma companheira de infortúnio?

Tudo isso leva a um raciocínio que conduz a uma pergunta incômoda: Que diabos de sociedade é essa que ignora o mundo dos desgraçados da vida? Onde se meteram os políticos e o próprio Estado? Será que essa gente não poderia ser absorvida por algum tipo de organismo criador de frentes de trabalho e capaz de incluir essas pessoas em um plano de dignidade?

Meus pensamentos foram engolidos por um torvelinho de imagens que traziam à tona esse absurdo cenário de corrupção em que se encontram mergulhadas todas as três instâncias do Poder. Além disso, como admitir que um sistema cruel assim possa resgatar esse tipo de gente, quando o que se vê é o império mafioso em que as instituições e grandes organizações foram transformadas?

Foi, então, que afluíram à lembrança, os fatos retratados nas páginas dos jornais, revistas e noticiários diários da TV. O crime envolvendo todo o tipo de desvio de dinheiro público já rompeu, de há muito, o limite entre a autoridade constituída e o crime organizado. São escândalos que se sucedem ao rodar dos ponteiros do relógio!

Mas, por outro lado, essa eclosão de “malfeitos” perpetrados pelos agentes do poder nos levam a um outro tipo de reflexão:

Segundo os textos apocalípticos do Novo Testamento, em várias passagens, o Mestre Nazareno deixou a idéia de que, num momento adequado, “enviaria o Paracleto, o Espírito da Verdade, para falar das coisas que Ele não havia falado e que estavam ocultas desde o princípio dos tempos”,

Afinal, se o Paracleto é um Espírito, evidentemente, não será uma pessoa em carne e osso como nós e como Ele mesmo! Será, portanto, um espírito! Mas, um espírito, não tem, necessariamente, que ser como o nosso, de um ser humano. Pode, perfeitamente, não ter nada a ver com essa imagem e pode, até mesmo, ser um momento, uma época, uma era!

E, foi assim que comecei a meditar sobre o que estaria movendo a aparição tétrica de tantos fatos e falcatruas aos quais estamos assistindo. Estão aparecendo aos magotes e, mal surge um, sem que tenhamos tempo para digeri-lo, logo surgem outros, em caudal.

Mas, que Espírito seria esse do qual o Mestre falou?

Bem! Foi aí que apareceu, em minha mente, uma imagem bastante sugestiva, que vem de encontro a alguns outros dados aos quais tive acesso, há tempos atrás.

Segundo o que se sabe e já emergiu dos redutos ocultistas, estamos vivenciando um período cósmico denominado de “Era de Aquário”, que sucedeu à “Era de Peixes”, exatamente a era em que pontificava o Mestre Nazareno. Essa Era também é qualificada como “A Era da Liberdade”. Aqui, entende-se a liberdade, no sentido de “liberação”, de “revelação”.

Observando uma figuração simbólica do signo zodiacal dessa era aquariana, vamos nos deparar com uma figura humana sustentando, nos braços ou nos ombros, uma ânfora ou vaso. Notamos, aqui, um detalhe curioso qual seja a posição horizontal em que se encontra o utensílio. E, nesta posição, está vertendo o líquido que se encontrava em seu interior.

Ora, interpretando esse simbolismo temos que, um vaso serve para guardar alguma coisa. Nesse caso inferimos que o que estava no seu interior seria, exatamente, alguma coisa “guardada, oculta, escondida propositalmente”.

Mas, qual seria o motivo de estar, exatamente, na horizontal, vertendo o seu conteúdo? A resposta racional seria para que o que lá estivesse guardado fosse colocado para fora, isto é, mostrado, desvelado, dado a conhecer...

Como esse Signo de Aquário é o arauto da própria Era, entendemos que na Era de Aquário, tudo o que estava oculto seria posto para fora e todos tomariam conhecimento. Mais curioso, ainda, é que o líquido que vaza pode ser associado à idéia da mensagem parabólica em que o Mestre dizia ser “a água da verdade, da qual quem beber, viverá”.

Assim, não só as falcatruas da política nacional serão postas para fora dos tugúrios ou dos palácios. Também as de todo o mundo conhecido, não escapando, nem mesmo, as mazelas individuais. Portanto, estamos, todos nós, sujeitos a ver os nossos mais íntimos segredos sendo revelados para o conhecimento público, inclusive os dos nossos inimigos.

Mas, a onda da verdade não para por aí! Vai avançando, até mesmo nos redutos sagrados das religiões e igrejas. A renúncia de Bento XVI aponta para o surgimento de novas informações sobre os que se esconde nos escaninhos do Vaticano, desde que o mundo é mundo. Acreditamos em muita coisa que o Espírito Consolador irá trazer à tona, como mentiras que nos foram impostas como verdades.

Não será nada surpreendente se acabarmos por entender que há séculos vivemos mergulhados em um sistema em que impera "a mentira hierarquizada". Mentem os governos, mentem os políticos, mentem os empresários, mente o clero, mente a propaganda e, principalmente, mente o sistema...

Podemos, esperar, portanto, o surgimento de muitos outros escândalos pelo mundo afora e, também, coloquemos as nossas barbas de molho, pois não sabemos a que momento as pessoas das nossas relações mais próximas ficarão sabendo daqueles podres que cada um de nós mantém escondido lá no fundão da consciência.

Cuidado com a Era de Aquário! O Paracleto está solto e tem muita gente querendo beber da água da vida para conhecer a verdade e poder viver bem!

Amelius
Enviado por Amelius em 20/07/2013
Reeditado em 21/07/2013
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