Meu lugar ao sol do inferno

Dinheiro, fama e poder. O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo. Fica difícil ter um lugar ao sol.

Pra piorar, a luta não é de igual pra igual. Pobre, marginalizado e sem estudos. Tudo complica.

Tem a questão das cotas e das bolsas. Já é um avanço. Elas ajudam a suprir as necessidades básicas e podem propiciar algum tipo de ascensão social. Mas, pra mim é pouco.

Eu quero mais, muito mais. Não chega a ser um planeta, contudo uma ilha e quem sabe uma mansão.

Tive que pedir uma forcinha pra um amigo. Se ele não é uma pessoa que possa contar a qualquer hora pelo menos tem minha admiração. Ou será o meu temor ?

Fiquei na dúvida se o contato tinha que ser estabelecido por telefone, classificados, e-mail, rede social ou algum ritual. Tentei todas as vias. O danado demorou uma semana, mas finalmente apareceu.

Começou em um tom super amigável. Não quis nem conversa. Devido o excesso de oferta, sem rodeios, recusou a minha alma. No final revolta. Mundo cão. Capitalismo selvagem.

Procurei outras vias. Trabalhei igual um condenado. Joguei na Mega-Sena. Fiz bico. Não deu. Melhor que tudo, virei político. Daqueles bem corruptos. No final das contas, deu na mesma.

Negócio fechado.

Inã Cândido
Enviado por Inã Cândido em 20/07/2013
Reeditado em 20/07/2013
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