Essência
Minha alma não tem paz, quando o riso da sua face não é sincero
Traí o que era vivo em mim, buscando sua imagem naqueles lagos
Suas tempestades despertaram aqueles pesadelos antigos
Meu caminhar sombrio te entristeceu, enquanto vendias o teu coração
Cada parte de ti tão minha, que se movia ao meu redor, como magneto
Sua presença inebriante iludiu minha morada de sonhos
Seu amor tão reprimido me aprisionou na inércia das noites sem ti
E meus passos rastejante sob o solo quente não eram notados, pois adormecia
A mentira foi meu escudo, que me entorpecia no meio do nevoeiro
Ouvia seus chamados, mas em lugar nenhum te encontrava
Canções ameaçadoras e frias como a noite de inverno me consolavam
Fechava os olhos para não ver a realidade que me assombrava
Queria congelar aquele momento pra te ouvir mais uma vez
Ainda sinto a ponta dos teus dedos em minhas mãos
O seu olhar imóvel sondando os meus, tão duvidosos quanto eu
Mostrando romantismo mascarado em promessas secretas
Suas feições puras e sinceras cantam pra mim, me desarmando
O mesmo abraço que queima e tortura é o meu refúgio
O amanhã é incerto e temeroso como um sonho sombrio sem fim
Mas o amor nos fará de abrigo se camuflando com o tempo.