Solteriras por opção?
São cada vez menores as chances de uma mulher solteira hoje no Brasil, vir a se casar um dia.
Sempre ouviu-se dizer que no campo das aspirações femininas mais fundamentais, era o casamento, o gerar filhos, o constituir uma família, como a espelho dos mais velhos, principalmente dos parentes, o sonho desejado pela mulher.
Mas em meio a tanta mudança que eclodiu e se consolidou com o processo de emancipação feminina, o acesso à educação e também com o controle reprodutivo, a mulher hoje não segue mais a um calendário fixo de casar e ser mãe. As mulheres vivem hoje, um programa materno-familiar.
A emancipação feminina, trouxe à mulher a possibilidade de se realizar em vários aspectos da vida. Uma imensidão de portas, abrem-se diante dela, permitindo que a mesma, faça escolhas no tempo e da forma que preferir.
Prioridades como a dependência financeira, coloca o casamento como uma união apenas afetiva, o que a tempos atrás era totalmente, contrária à atualidade.
O casamento era uma forma entre outras tantas, que a mulher dispunha para buscar sua realização pessoal, sua liberdade e etc..
Mas a mulher descobriu que o companheiro que ela busca, é um complemento a sua alma, é a metade que a completa, e não um porto seguramente financeiro de sobrevivência.
Priorisando o lado profissional, o sexo feminino atinge uma idade bem maior permanecendo solteira. O que a anos atrás chamavam de titia, solteirona, hoje estão iniciando sua busca, que por sinal é cada vez mais exigente,num parceiro.
A maioria tem vida sexual ativa, e tem experiência prolongada, mas casamento, fica para outra época. Notóriamente comprava-se que as mulheres que tem maiores rendas, são as mais sozinhas e as que menos pensam em casar-se oficialmente.
Hoje, as mulheres executivas, solteiras, numa faixa etária entre os 40 e 45 anos e que vivem em centros maiores, acostumam-se a viver sozinhas e a não dividir nada.
Sera que é uma opção?
Acredito que esse grande contingente feminino, solteiro, é produto de um momento trânsitório. As transformações sociais, econômicas e tecnológicas dos últimos tempos, tem sido tão rápidas,que a matriz de comportamentos profundamente solidificados, não tem tempo para acompanhar a mudança.
Logo,logo... ver homens e mulheres em seus 60 ou 50 anos casando ou até tendo filhos nesta idade, será algo natural para nós, naum nos causará expanto algum.
O casamento é visto hoje sob um novo prisma. O anticoncepcional entrou como uma divisória entre a reprodução e o prazer. Assim como a mulher almeja destaque profissional, ser respeitada e vista como competente, capaz e apta, também visa o prazer, o carinho, e o amor no relacionamento.
Não querem trabalhar apenas por um salário, bem como uma união legalisada apenas por valores impostos por uma sociedade massificadora. A mulher hoje não vê o casamento, como uma tábua de salvação financeira, ou de rotulação social. Por tudo isso a mulher bem-sucedida, tornou-se, exigente na hora da escolha de seu parceiro. Buscam homens tão ou mais qualificados do que elas.
Isso dificulta ainda mais, pelo fato de que quanto mais qualificado e bem remunerado e ainda com os desafios de terem algo em comum tornam-se raros por demais. Um dos problemas é encontrar um parceiro do seu nível, e que tenha uma visão de vida semelhante.
Muitas dessas mulheres deparam-se com homens mais novos e que visam interesses puramente financeiro ou social. Por isso a maioria delas vive namoros e não pensam em casar.
Ser solteira por opção, ou não, é algo que gera conflito. Pois, se ser solteira tem o lado bom, como o de ter o seu próprio espaço, a sua vida, suas regras, seu dinheiro e liberdade de ficar quando, como e onde quiser, e com quem quiser, tem em contra-partida o lado ruim da coisa, que é a tal da solidão por exemplo. Não ter com quem dividir alegrias, dores, emoções, entre tantos momentos que a vida oferece e que na verdade, só os casados usufruem. Certas coisas só os solteiros vivem como outras tantas só os casados.
Muitas mulheres com o passar do tempo começam a descobrir que falta algo. Fazem terapias, mudam de aparência, cortam suas agendas e passam a delegar momentos em suas vidas, que resolvem, que preenchem a lacuna do vazio que o casamneto causa.
Assim, maduras vão se descobrindo mulheres novamente. Tão somente mulheres. Empreendedoras, audaciosas, poderosamente produtoras e responsáveis, mas dóceis, frágeis e aptas a relacionamentos seguros e felizes.
Optaram por serem mulheres bem resolvidas mas como todo homem bem sucedido, buscando o equilíbrio natural do seu ser. Solteiras, casadas ou enroladas, com ou sem filhos, o importante é aceitar que o tecido da vida é forrado por escolhas, por questionamentos e caminhos diversos. E que a felicidade está em compreender, que o que faz a vida valer a pena é ser o homem que tem dentro de cada mulher e ser a mulher que habita o ser de cada homem, num entendimento de que somos todos a imagem e semelhança de Deus e em busca do comprimento da nossa missão.