Em busca da pessoa amada
Ao crepúsculo, o Céu de ebúrneos e insanos mártires ensangüentou-se pelo Céu avermelhado e sentia-me mais desolado que qualquer outro ser no mundo. Não encontrei quem procurava. Quem me traria Helena de volta. Pensei quão triste e avassaladora dor compungia meus olhos às lágrimas. Passou uma pessoa que não aquela a quem buscava e chamei-a. Conversamos um pouco, indaguei-o sobre a pessoa, seu físico, seu rosto melancólico, mas como que para compensar todo o esforço de êxito não logrado, pedi-lhe um sorvete de sabor qualquer. É o que sentia. A vida tinha qualquer sabor, qualquer gosto, todavia não me permitia encontrar o almejado.
Não me contive às lágrimas. Meu coração chorava perturbado. É difícil caminhar por entre as gentes, ter de segurar o rosto em chamas, o peito em débito com a certeza.
E as águas subiam até meus pés, agora descalços.
Queria encontrar um aleijado, um saci, alguém que de cego não visse a beleza das marés, ou um surdo, que em sua deficiência não ouvisse o mar. Mas cada um tem seu dia de glória, cada um tem seu instante e em toda aquela cidade duvidava deparar-se com alguém mais triste que eu estava.
A vida continua, não é? Pra que chorar? Eu sabia o que fazer...