Aplausos à Mulher
É incrível como uma mulher, na sua condição natural de ser mãe, pode muitas vezes se encontrar na situação de ser coadjuvante no teatro social da vida. Especialmente quando é clara a implicação sexual.
É evidente que nos dias de hoje não se pode mais camuflar a projeção intelectual, artística e social da mulher. Que ocupa, senão todas, grande parte das posições profissionais exercidas pelo homem.
No entanto, o papel secundário ou de ator coadjuvante ainda é muitas vezes reservado à mulher. Basta considerarmos esses programas (gravados) de auditório em nossas TVs abertas, em que belíssimos pares de coxas acham-se permanentemente em exposição; os inúmeros jovens rostos femininos que aparecem nas novelas cuja beleza nem sempre corresponde ao rigor artístico; a acentuada disponibilidade de mulheres em torno, por exemplo, de jogadores de futebol ou empresários bem sucedidos, na presumível esperança do compartilhamento de uma boa situação financeira; etc.
Por outro lado, mas ainda sob a mesma ótica, como aparentemente não existem traficantes homossexuais, a eles estão sempre relacionadas mais de uma mulher. Vivendo, como é de se esperar, uma relação a três, pelo menos, amigável e sem conflitos. Devendo ser observado que muitos traficantes são também, de certa forma, empresários bem sucedidos.
Existe pelo menos uma de nossas emissoras da TV aberta em que um de seus programas jornalísticos é apresentado por duas jovens mulheres louras e lindas. Como forma provável de atração ou garantia de um nível melhor de audiência.
Em que pese a presença declaradamente maior agora do homossexualismo masculino na sociedade, as revistas dirigidas aos homens, e que acabam também interessando às mulheres, são provavelmente ainda as mais vendidas. Porque dificilmente o nu feminino, artístico ou não, deixará de agradar aos olhos.
O cantor Nelson Ned, dono de uma das vozes brasileiras mais belas e potentes, atribui às mulheres a perda de grande parte de seus expressivos ganhos decorrentes da fama que já teve. Mulheres a que provavelmente não teria acesso com os seus cerca de 1,10m de altura.
Ao contrário do que possam dar a entender, tais constatações em nada depõem contra a figura feminina. Como nada deve haver contra o que proporciona o prazer. Sobretudo quando ele é saudável. A consideração da mulher como objeto sexual ou artigo de consumo tem grandes chances de se fundamentar em ilações preconceituosas. A mulher não deve temer – e nós (homens e mulheres) muito menos – ser considerada como um ser capaz de proporcionar o prazer.
A propósito, a primeira refeição do bebê após o nascimento via de regra se dá através da mãe. Chupar o peito da mãe, ainda que essencialmente para se alimentar, não deixa de ser um ato prazeroso e sexual. E eventualmente de efeito recíproco.
O belo conjunto de rock inglês The Who, em sua canção Squeeze Box, fala que “Mama’s got a squeeze box, Daddy never sleeps at night”. Ou seja, numa tradução livre, mamãe tem uma caixa que aperta, papai não consegue dormir de noite. Porque gosta de penetrar nessa caixa que o aperta.
Apesar de todo o respeito que devemos ter por uma orientação sexual que ainda hoje, ou por enquanto, é contrária à tradicional, entendemos que a mulher dever ser aplaudida. E muito. Primeiro por ter a capacidade de ser mãe. O que não está ainda ao alcance do homem. Depois porque, além de poder ser cientista, escritora, poeta, empresária, presidente, motorista de ônibus, operadora de retro-escavadeira, lutadora de artes marciais, médica, marceneira, etc., consegue ser objeto de desejo e identificada como fonte de prazer. Valendo a observação de uma senhora, como ouvimos há um bom tempo, quando se dirigiu a uma mulher mais jovem para dizer-lhe: “Menina, você tem um tesouro entre as pernas”.
Rio, 13/07/2013