A presença de Deus

Certa ocasião, ouvindo um programa em determinada rádio, o locutor mencionou uma pequena história que aqui transcrevo:

“Um homem caminhou até um jardim, sentando sobre uma grande pedra e começou a dialogar:

‘Deus, por que não falas comigo?’.

E ali perto, um rouxinol cantou e o homem não percebeu.

‘Ah, meu Deus, uma palavra apenas!’.

Um trovão ecoou, e ele continuou sem perceber.

‘Meu Deus, por que não sopra uma palavra em meu ouvido?’.

Um vento suave movimentou os galhos das árvores e o envolveu, e nem assim ele percebeu.

‘Por que não me toca, meu Deus?’.

Uma pequena borboleta se aproximou e pousou em seu braço, mas o homem a espantou. Cansado, ele se levantou exclamando:

‘É, realmente Deus não quis falar comigo!’.

E foi embora. Um velho que estava sentado ali perto e havia presenciado ao diálogo, disse consigo:

‘Deus lhe deu todos os sinais e mesmo assim o homem não o compreendeu!’.”

E agora deixo registrado aqui o meu depoimento, um pequeno fato que pude observar e que também me fez recordar o relato acima.

Ao Domingo, fui em minha Igreja e me atrasando um pouco, fiquei em pé e no fundo; sentia-me cansada, no entanto, uma pequena visão me fez esquecer dos meus problemas e me admirar com a mais pura manifestação divina.

Uma borboleta branca, não um destes insetos que ficam batendo de luz em luz, mas sim uma borboleta branca como eu nunca tinha visto. Ela sobrevoou o teto lentamente e com humildade tentou pousar em algumas pessoas que a espantavam e algumas até murmuravam: “Bicho nojento!”, sem se importar aonde estavam e com a mensagem passada naquele instante: “Você está na casa de Deus, na casa do Pai e Ele te receberá de braços abertos, sem se importar qual os tropeços do caminho em que você percorreu!”.

Talvez cansada de ser escorraçada, ela voou até o topo da Cruz e pousou ali, olhando, quem sabe, aquelas cabeças, aquele rebanho, velando por elas. Permaneceu naquele local por aproximadamente cinco minutos e depois foi embora, tão rápido que não pude perceber para qual direção.

Sinceramente, desejei do fundo do coração que ela viesse ter comigo, mas concluí que aquele era um fato que aconteceu apenas para que eu pudesse observar, duvido que outra pessoa tenha visto aquele pequenino ser com os olhos que eu vi, consciente que aquela era a verdadeira presença de Deus pela qual todos anseiam. E me senti feliz por ter tido essa oportunidade.

Se o que vi pode ser pouco para algumas pessoas, para mim foi essencial e me fez ver o quão pequenos podemos ser na presença do Criador, pequenos perante uma borboleta, cuja alma com certeza é maior que a nossa.

(TEXTO ESCRITO EM 2001)

Ana Claudia Brida
Enviado por Ana Claudia Brida em 12/07/2013
Código do texto: T4384227
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