Receita Contra o Tédio!
Acredito que definir o que entedia uma pessoa seja algo tão relativo, e abrangente, quanto a própria definição de felicidade. O interessante é que poderíamos traçar uma régua, colocando a felicidade como o ápice e o tédio como o ponto zero.
Uma mesma situação pode gerar tédio em alguém e felicidade em outra pessoa. Tomemos como exemplo um jogo de futebol na televisão. Eu fico ansioso por ver o Goiás, no campeonato goiano, derrotar o Trindadense. Minha esposa e filhas poderiam morrer só de ouvir falar no assunto.
O computador então, para muita gente é um tédio. Já existem aqueles que como eu, no próximo estágio de evolução, nascerão com os dedos e a bunda achatados, perfeitamente adaptados a horas de teclado.
E uma festa pode ser extremamente deprimente. Estávamos em uma comemoração de reencontro de colegas do segundo grau. Levei minhas filhas pré-adolescentes. Foi maravilhoso ver os velhos amigos, mais barrigudos e menos cabeludos. Em um determinado ponto minha primogênita implora: pai, eu estou entediada. Dei um jeito de levá-la para a casa dos avós e depois voltei para a divertida festa que acabou muito mal. Homenageávamos um colega, médico, que aniversariava naquele dia. Sua filmadora sumiu em meio aos “amigos”, desaparecendo junto com uma semana de aulas que ele ministraria na Universidade de Brasília. Que tédio! Depois disso tremo ao ouvir falar de reuniões de turma.
Ainda quero entender quem gosta de “Metal Pesado”. Aquele pessoal pulando diante de um som ensurdecedor. Dizem que tem uma letra de música escondida em algum lugar. Talvez se gritassem menos e tentassem cantar eu poderia compreender, mas por enquanto coloco-os na minha lista de coisas descartáveis, juntamente com o jogo de “bocha”, os leilões de arte e o horário eleitoral gratuito.
O modo como cada um usufrui a praia é extremamente pessoal. Tenho verdadeira alergia ao sol. Acordo cedo. Faço uma longa caminhada. Tomo um belo café da manhã. Visto camiseta, bermudas longas, fico sob a sombra, saco de um livro, cruzo as pernas e passo o dia inteiro bebendo suco, ouvindo o som do mar; sem entrar na água, prefiro chuveiro. Você vai fazer o que na praia, seu sistemático? Pergunta um amigo meu. Eu acordo tarde. Só ando até as barracas para beber mais cerveja. Eu me afundo no mar e me sujo de areia. Fico todo torrado de sol e a pele descasca pelo menos 3 vezes em uma temporada. Você não aproveita nada – decreta em superioridade humilhante. Viu como cada um tem uma opinião?
Sei que deve ter gente que tem uma lista diferente e cada um é livre para aceitar o que quiser como artigo desestimulante: até mesmo esta crônica. De maneira tal, que eu nunca poderia definir uma receita contra o tédio. Afinal, o que me estimula pode matar o leitor. Mas diga-me a verdade: existe algo mais cheio de tédio do que não ter o que fazer? Fui!
Acredito que definir o que entedia uma pessoa seja algo tão relativo, e abrangente, quanto a própria definição de felicidade. O interessante é que poderíamos traçar uma régua, colocando a felicidade como o ápice e o tédio como o ponto zero.
Uma mesma situação pode gerar tédio em alguém e felicidade em outra pessoa. Tomemos como exemplo um jogo de futebol na televisão. Eu fico ansioso por ver o Goiás, no campeonato goiano, derrotar o Trindadense. Minha esposa e filhas poderiam morrer só de ouvir falar no assunto.
O computador então, para muita gente é um tédio. Já existem aqueles que como eu, no próximo estágio de evolução, nascerão com os dedos e a bunda achatados, perfeitamente adaptados a horas de teclado.
E uma festa pode ser extremamente deprimente. Estávamos em uma comemoração de reencontro de colegas do segundo grau. Levei minhas filhas pré-adolescentes. Foi maravilhoso ver os velhos amigos, mais barrigudos e menos cabeludos. Em um determinado ponto minha primogênita implora: pai, eu estou entediada. Dei um jeito de levá-la para a casa dos avós e depois voltei para a divertida festa que acabou muito mal. Homenageávamos um colega, médico, que aniversariava naquele dia. Sua filmadora sumiu em meio aos “amigos”, desaparecendo junto com uma semana de aulas que ele ministraria na Universidade de Brasília. Que tédio! Depois disso tremo ao ouvir falar de reuniões de turma.
Ainda quero entender quem gosta de “Metal Pesado”. Aquele pessoal pulando diante de um som ensurdecedor. Dizem que tem uma letra de música escondida em algum lugar. Talvez se gritassem menos e tentassem cantar eu poderia compreender, mas por enquanto coloco-os na minha lista de coisas descartáveis, juntamente com o jogo de “bocha”, os leilões de arte e o horário eleitoral gratuito.
O modo como cada um usufrui a praia é extremamente pessoal. Tenho verdadeira alergia ao sol. Acordo cedo. Faço uma longa caminhada. Tomo um belo café da manhã. Visto camiseta, bermudas longas, fico sob a sombra, saco de um livro, cruzo as pernas e passo o dia inteiro bebendo suco, ouvindo o som do mar; sem entrar na água, prefiro chuveiro. Você vai fazer o que na praia, seu sistemático? Pergunta um amigo meu. Eu acordo tarde. Só ando até as barracas para beber mais cerveja. Eu me afundo no mar e me sujo de areia. Fico todo torrado de sol e a pele descasca pelo menos 3 vezes em uma temporada. Você não aproveita nada – decreta em superioridade humilhante. Viu como cada um tem uma opinião?
Sei que deve ter gente que tem uma lista diferente e cada um é livre para aceitar o que quiser como artigo desestimulante: até mesmo esta crônica. De maneira tal, que eu nunca poderia definir uma receita contra o tédio. Afinal, o que me estimula pode matar o leitor. Mas diga-me a verdade: existe algo mais cheio de tédio do que não ter o que fazer? Fui!