SEM POLÍTICA HAVERIA NAÇÃO ?!

SEM POLÍTICA HAVERIA NAÇÃO ?!

"Se todas as coisas forem canalizadas de forma

a nos fazer perceber que não bastam manifestações

de rua, mas um exercício cotidiano de cidadania,

quem sabe não estejamos inaugurando um novo

momento social? E aí me bate aquele lado meio

descrente. Em Belém (...) passamos 8 anos vendo

um prefeito destruir aos poucos a cidade e nada

fizemos, essa é a verdade".

ISMAEL MACHADO, coluna "Parabólica", no

jornal DIÁRIO DO PARÁ, Belém, 21/06/2013.

As "raposas" da Política "DISCURSANDO" pelos

jornais: "O desafio é vestir essa roupa e propagar

essa idéia. Um Partido ou mesmo seu líder não tem

de seguir a tradição, mas descobrir qual é a melhor

vanguarda". (FHC) -- "Os atuais Partidos precisam

ser abolidos." (senador CRISTOVAM BUARQUE),

(Os Partidos de oposição)... "tentam evitar um

DISCURSO oportunista, mas avaliam que já estão

CAPITALIZANDO com os protestos que tomaram

as ruas do Brasil."

(in jornal O LIBERAL, Belém/PA, 23/06/2013)

Nos anos 60/70 um bando de hippies americanos criou "sociedades alternativas", comunidades fechadas, sem nenhuma espécie de governo, prefeito, chefe, diretor, nada. Absolutamente livre de patrões, em pouco tempo faltou dinheiro nos acampamentos, depois comida, higiene, tranquilidade e, por fim, adeptos do "new life". Um poeta amigo -- que acha que o Mundo sem Partidos políticos vira ANARQUIA -- diria que faltou POLÍTICA no projeto existencial dos jovens yankees, talvez até alguns políticos.

Mas, quando apareceu nas vidas das comunidades essa figura nefasta e oportunista do político, quando se configurou na História a presença de Partidos, de grupos organizados e com algum propósito? Provavelmente com a ascensão das religiões, que trazem em si todas as características de partidos políticos, com as diversas escalas de poder. Tanto Grécia quanto Roma, dividindo seu povo em classes diversas, sedimentaram essa desgraça para a Humanidade, que os Reis de França, com pompa e desperdício, transformaram em maldição da população pobre e desvalida das ruas de Paris.

Pouco entendo de História. mas creio que a Era da Industrialização na Inglaterra vitoriana de 1700, a Rússia caótica e militarista de 1800 e os Estados Unidos de 1900 -- no início de um capitalismo selvagem -- deram forma definitiva à Política mundial como existe hoje... considerando-se as Ditaduras como "Partidos" absolutistas, que não admitem concorrência. Daí, chegamos ao stalinismo, castrismo, peronismo, getulismo, islamismo, induísmo... epa, essa é "outra praia".

Me pergunto se o Mundo, sem política ou POLÍTICOS, poderia existir?! No Brasil, até a chegada de Dom João VI (1808?) não havia Partidos, embora até houvesse políticos, foragidos de uma Lisboa onde reinava a Rainha Louca. Portanto, tínhamos padeiros, magarefes, escolas de jesuítas (desde 1580 e tanto), ferreiros, costureiras, agricultores e tudo quanto precisa uma pequena cidade para existir plenamente.

Hoje, toda essa colossal LEGISLAÇÃO criada por políticos (e Partidos) "engessou" as cidades de tal forma que ficou impossível voltar-se atrás... mesmo assim, é viável se ter agentes distritais em cada bairro, sem função política, mas cuja importância e influência constituem por simesmas a tal "política sem Partido". ONGs e os "centros dito comunitários" -- em boa parte do Pará -- percebem (e usam) isso no seu dia-a-dia, sempre abertos a candidatos, pouco importa legenda ou partido.

No momento a "idéia" a se vender, a "roupa a se vestir" é a do Parlamentarismo.. como se a simples mudança de estilo/tipo de Governo solucionasse todos os problemas de saúde, trânsito, emprego, habitação, etc. Já tivemos 6 ou 8 MODELOS de Governo, desde o "caciquismo" apresentado a Cabral em abril de 1500. O país foi dividido em Capitanias hereditárias, depois em Províncias, adiante virou Vice-Reino, Império, Regências Una e Trina, República com seus 18 ou 20 Estados, ditadura civil durante o Estado Novo, ditadura militar e, recentemente, uma certa Democracia que ninguém vê nem sabe onde anda.

Num tempo muito antigo a função de vereador era honraria, não havia salários nem era "carreira". Por volta de 1950/60 as grandes Capitais instituíram um "pro labore"... a "coisa desandou" e todos os inúteis e ineptos em cargos políticos AUMENTAM-SE absurdamente, "amarando" as porcentagens aos aumentos dos senadores, que se baseiam no aumento autoconcedido por procuradores e magistrados, que se baseiam (?!) no aumentodos salários dos... dos... isso pouco importa, o negócio é EXTORQUIR os cofres da Nação a qualquer custo, sem precisar de motivos.

Ser "político" se transformou num rendoso "negócio", com 2 DIAS de "trabalho" -- eu diria 2 horas, na verdade -- por semana e, nos anos com Copa do Mundo, menos de 80 DIAS num ano. As grandes revistas nacionais (VEJA, ISTOÉ e ÉPOCA) deveriam fazer um levantamento completo de quanto esse gigante "deitado eternamente" na própria estupidez gasta POR ANO com tais políticos, 61 MIL deles, pelos meus cálculos, somando cada centavo -- fora os proventos dos "aposentados" com 5, 6 ou 8 anos de coisa nenhuma e os dos suplentes -- inclusive de "jetons", sessões extraordinárias, de COTÕES e "picaretagens" várias. Em 2011 um deputado paraense queria que a AL reembolsasse a gasolina que gastou nas férias do traste, em praias do Ceará... 3 tanques cheios no mesmo Posto, no mesmo dia e hora. Calculo "por baixo" despesas de 15 BILHÕES POR ANO que o país gasta com essa caterva de chantagistas... em troca de "leis" que ninguém cumpre. Sem ignorar que o TSE (e os TREs?) também destina verbas volumosas para os Partidos.

Como meu artigo não é um tratado sobre Política, encerro aqui essa "lenga-lenga", alertando que veremos em 2014 a maior ABSTENÇÃO (leia-se, RECUSA em ir VOTAR NULO) da Histõria eleitoral desse país, 40% ou mais de faltosos, sepultando de vez o VOTO OBRIGATÓRIO, essa excrescência que humilha um povo inteiro, que avacalha cidadania e Democracia.

Aos desavisados que ainda crêem em políticos, chamo a atenção para breves notas publicadas no jornal O LIBERAL, de Belém, em 23/06/2013, via Agência Estado:

1. Um ex-deputado admite a dificuldade de atender aos anseios das ruas. "Não se tem formulação sobre o que quer (o povo) nem LIDERANÇAS que expressem esse descontentamento".

2. "A conjuntura política atual tornou amis urgente a necessidade de ENCONTRAR UM DISCURSO e de fortalecer a legenda como opção em 2014", (dizem os tucanos) revertendo o processo de distanciamento "das ruas".

3. "Quem está na rua hoje não são os sindicatos ou os TRABALHADORES, mas um misto de povo NÃO-OPERÁRIO e classe média. Basicamente, são êles que o Partido representa", declara o "boca-mole' FHC, sonhando em "tomar um banho" de povo para voltar.

4. O Partido (PSDB) precisa aumentar a interlocução com os movimentos sociais e "abrir canais de DISCUSSÃO" de assuntos aparentemente embaraçosos (?!) junto a entidades, sindicatos, universidades e escolas.

5. A expectativa é de que Eduardo Campos/PSB "abandone o DISCURSO expressado em seu último programa partidários (...) e seja mais direto no ataque ao PT". (Não sei bem porquê, mas esse sr. Campos me lembra demais o COLLOR "de Cooper feito" de 1990.) O PSDB, "que sofria da falta de um DISCURSO com apelo junto ao povo (...) acha que acertou o tom ao combater a inflação e seguirá a toada". (...) Por isso, um DISCURSO de rompimento com o atual modelo cabe como uma luva".

6. Para os tucanos, "os índices de ABSTENÇÃO da última eleição, em 2012, já davam sinais da insatisfação da população". (No recém-lançado "Tribuna de Ananindeua", nº 4, de junho/2013, o alerta: "apenas 7% dos eleitores do município efetivaram o recadastro no Programa Biométrico, em quase 3 meses".)

AS SANÇÕES contra quem não o fizer SE AMPLIARAM, nessa Ditadura muito mal disfarçada que é o Brasil, onde tanto o Senado quanto o MPF SE CALAM quanto AO DIREITO dos que não querem mais VOTAR, seja em que Partido fôr. Conclusão: os políticos NÃO APRENDERAM NADA com os recentes eventos e ainda crêem que podem "enrolar o povo" com... DISCURSOS !

Apesar de meu insistente pedido a um certo Luís Inácio, em out./2002, para que acabasse com o voto obrigatório e reduzisse o HORÁRIO POLÍTICO para apenas 1 TV/Radioemissora por região, seremos OBRIGADOS a aguentar esses pulhas desfiando "um rosário de promessas" em 2014, sem um só projeto prático e viável.

Dilma Roussef pode repetir os passos de "Isabel, a Redentora" e pôr seu nome definitivamente na História, extinguindo o VOTO OBRIGATÓRIO ainda neste malfadado ano. Por mais que os "petistas roxos" se iludam, com Lula como candidato as chances do PTismo são ainda menores e até uma sonsa-esperta como essa "Jânio Quadros de saia", dona de um "não-Partido" (que sonha em fazer deputados) passa a ter chances de "armar sua rede" no Palácio Alvorada.

Quem quiser conhecer mais sobre a Política (e os políticos) de 2115, digo, de 1915, pode consultar alguns dos quase 600 cordéis do genial Leandro Gomes de Barros, no acervo da Casa Rui Barbosa

(www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/leandro.html)

É a vida da Nação passada a limpo, em todos os setores... uma perene lição de que NÃO SOMOS RESPEITADOS e que o Povo desse país ainda sofrerá muito, por causa da POLÍTICA !

"NATO" AZEVEDO (escritor e compositor)

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DISCURSO VAZIO (em 4/7/2012)

Havia no Brasil, em distante era,

gente decente, produtiva, ordeira,

sem a politicagem que hoje impera...

nem tanto vagabundo ou bandalheira !

E chega Dom João. com seus "galegos"...

pondo "na rua" covardes nativos !

Arruma casa, pão, 10 mil "empregos"

prá nobres e parentes inativos.

Desde sempre esses trastes não trabalham

mas, no "saber" geral, são necessários...

enquanto voto e Ética avacalham.

Se iludem todos, nessa barafunda,

e um Povo insano e inculto -- de operários --

precisa deles prá limpar a b... !

'NATO" AZEVEDO

(OBS.: como "homenagem" ao DISCURSO

de um certo Demóstenes, num Senado

praticamente VAZIO, em 03/julho/2012.)