Curta história de nós dois
Virei àquela rua e por ela andei por meses e meses. Encontrei-a mal cuidada e então a modifiquei. Sem poupar esforços, trabalhei e trabalhei até que não houvesse mais como continuar, olhei por algum tempo o resultado de meu esforço e percebi o quanto tinha mudado aquela ruazinha, e o quanto ainda havia por mudar.
Como quase tudo nessa vida tem um porém, tomei conhecimento dos poréns que implicavam meu trabalho, então continuei, mesmo sabendo que seria mal recompensado no final desse meu caminho. E não é como se eu houvesse parado o mundo para dedicar-me nesta nova empreitada, embora eu tenha sentido o mundo parar quando engajei-me de caminhar por teus ladrilhos e arrumá-los ao meu jeito, tanto quanto esse mundo haveria de parar quando isso tudo houvesse de ser interrompido.
Apesar dos pesares, (eu) não tinha meios de voltar, ou de parar tudo que iniciei, até que não houve mais onde me apoiar e eu caí. Assustado, chorei. Chorei até que ficasse com dó de mim, ou que ficassem assim, por empatia à minha tristeza. Do todo que fiz, pouco tirei proveito, e como disse, não há como andar para trás na agora minha estrada.
Sem mais, deixo como herança o suor que lhe empreguei, e todo amor que houver nesta vida.