A raiva que habita em mim

Alguns dias se passaram desde que escrevi meu último protótipo de prosa, eu que não me vejo na pele de poeta, ando meio que obcecado com essa teoria mirabolante de colocar minhas palavras a rimar como se elas fizessem sentido dessa forma. Há quem acredite que eu estou a®mando, e daí essa tendência brusca de dedilhar meus textos sob a forma de redondilhas menores, que por maior tem o sentimento.

-Sinceramente? Não faço a mínima ideia do que é amar. Acreditem!!! O amor é para mim algo tão estranho que se ele passar por mim não o reconhecerei. Já a paixão é prato do dia, apaixono-me tão rápido que na maior parte das vezes nem chego a conhecer a moça. Nem ela a mim, mas isso são outros quinhentos.

Maria mandou-me um e-mail angustiado, daqueles que chegam impondo regras e limitando meu campo de ação; odeio quando ela faz isso, odeio seu jeito repentino de se fazer presente. Detesto sua paixão sem hora marcada. E depois me irrita não poder ter uma conversa racional com ela, se há mulher emotiva, essa se chama Maria. Sua emotividade é tão grande que ás vezes me dá raiva, daquela raiva de querer lhe dar um beijo na boca... não, não essa raiva, a raiva de dizer adeus pra sempre. Eu digo adeus hoje, mas amanha ela volta, isso também me deixa confuso. Será que ela ainda não percebeu que eu não aceito mulheres pela metade!? Não sou homem para ser dividido, e não quero mulher para ser partilhada.

Podem achar que sou retrógrado; mas meus amigos, eu sou o que devia ser e não me arrependo nem um segundo de ser o que sou. Posso até ser egoísta, porque sou, individualista em doses industriais e tímido nas horas vagas. Sim, timidez é um processo que me inibe a tomar certas atitudes. E esse... é o grande “Q” da questão. Tomar opções sempre me é arrasador. Tenho dificuldade de fazer escolhas, mesmo pesando os prós e os contras sempre acabo por voltar á estaca zero.

Minha vida emotiva é uma espécie de magazine cômico, ou como diria meu caro Albert Camus “não ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade”.

Pensando bem, acho que estou amando... só não sei quem.