AUTO-RETRATO (BVIW) - Mini crônica
Eu sou do tipo que não gosta de casamento mas, para não plagiar Roberto Carlos, o que eu falo e faço não é fingimento. Não sou do tipo lobo mau, até porque, se fosse, seria uma loba. Mas isso é impossível porque sou do tipo que já passou da idade da loba. Na juventude fui um belo tipo de mulher mas, com o passar dos anos, o tipo de beleza mudou e a madureza acentuou meu tipo intelectual. Sempre fui do tipo rato de biblioteca e antes mesmo de ser alfabetizada eu já fazia o tipo interpretativo das gravuras que eu via. Devo ao meu pai e meu avô o gosto pela leitura. Meu avô era alfabetizado e lembro dele lendo jornal diariamente. Meu pai era auto-didata, tinha só o curso primário, mas conhecia e sabia de tudo um pouco. Meu gosto pela leitura é tanto que não durmo sem um livro e, preferencialmente, os de muitas páginas. Atualmente, porém, tem se formado um novo tipo de leitor, o leitor da era da informática, que prefere se ater à leituras rápidas em detrimento de profundos conhecimentos que uma obra maior pode trazer. Quanto a mim, continuo o tipo rato de biblioteca. Talvez por ser do tipo que não gosta de casamento e um livro sempre é um bom companheiro.