O egoísmo puro
Tenho deparado com muitas atitudes egoísticas. Não sei se as pessoas confundem individualidade com liberalidade para exigir só coisas que me convenham. Individualidade, a meu sentir, é uma índole humana de grande potencialidade no contexto da existência, pois as pessoas devem se amar em primeiro lugar para depois amarem outrem. Trata-se, pois, de uma essência de vida. As pessoas têm o direito de buscarem sua ascendência pessoal como evolução da alma.
Entretanto, não se deve alterar esse princípio por conta de visões estrábicas que ao invés de produzir um bem, são capazes de levar ao ódio e, por vezes, enclausurar a alma em uma redoma de egoísmo. Existem pessoas que só enxergam o próprio nariz. São incapazes de se colocar na situação do outro e assim visualizar que determinadas atitudes são potenciais ofensas que podem levar os seres mais fracos a sucumbirem.
Acho que a melhor filosofia de se posicionar diante dos problemas que a vida oferece é solucionar as demandas sempre se colocando ao lado do opositor e meditando sobre a situação adversa que uma atitude poderá desencadear na vida do terceiro. São raras as pessoas que agem dessa forma. Não é preciso abrir mão do que você poderá conquistar. Basta que ceda um pouco ou até faça a divisão do bem de consumo. Como o mundo seria mais bonito se o ser humano fosse verdadeiro humanista! Ou seja, cada um se colocando em condição de igualdade e se esquecendo do mundo selvagem que hoje reúne uma gana de gente ‘pisando sob o pescoço de outrem’ para alcançar um lugar melhor ao sol. Isso é egoísmo puro!
Exemplo desse egoísmo vem de vários setores. O fato mais recente que me vem à memória é a atitude de determinado Presidente de um órgão de cúpula ao tomar posição sobre a divisão de receitas que poderiam alcançar a todos os seus subordinados, independente de classe ou de posto. Às vezes as contingências de uma administração levam seu gestor a tomar atitudes. Geralmente as atividades econômicas que geram receita não são suficientes para atender o universo das demandas. Assim, o administrador tem de tomar posições. Há aquele egoísta que favorece a própria classe e há aquele que possui grau mais elevado de consciência e divide a receita para não deixar os mais fracos desalojados de seus direitos.
Infelizmente, aqui no Brasil, na maioria dos casos, o administrador age exatamente como no primeiro exemplo citado, ou seja, primeiro vou favorecer ‘a minha turma’ e, depois, caso haja alguma sobra poderei ‘dar alguma migalha’ àqueles que não têm o poder de decidir. Isso ocorre em todos os setores de nossa sociedade. Ocorre com os políticos. Ocorre na esfera dos Três Poderes. Ocorre nas empresas públicas. Enfim, onde existe gente comandando há desvios de condutas. A imoralidade ‘corre solta’. A maioria dos gestores públicos são egoístas e administram o bem público pensando em si próprios e jamais na atividade conjunta que deveria ser a regra, mas vira exceção. Entretanto, na hora de dar um parecer esses espertalhões utilizam o artifício da discricionariedade da administração. Ou seja, em nome do bem público falece o particular.
É por isso que quando há um movimento como este que presenciamos no momento, há aqueles que não medem as consequências de suas ações. Estão enfurecidos pelos atos imorais que presenciam e não podem fazer nada. Quando surge a oportunidade vão derrubando tudo que acham pela frente. É uma quebradeira geral!
E fica a pergunta: Até quando? Há solução mediata para nosso país, levando-se em consideração que as instituições legalmente constituídas estão sendo dirigidas por gente imoral? Será que todas as soluções que se exige no Brasil precisam ser levadas a ‘ferro e fogo’?
Tudo passa por uma questão moral. Nada será modificado sem que as pessoas passem por um exame de consciência e comecem a exercitar o bem. É maldoso utilizar-se do poder para oferecer ouro para um grupo pequeno e jogar pedras no grupo de maior proporção. Isso conspira contra as leis Divinas. A resposta só poderá ser dada perante o juízo final.
“O egoísmo não consiste em
Vivermos conforme os
nossos desejos, mas sim em
exigirmos que os outros
vivam da mesma forma que
nós gostaríamos. O altruísmo
em deixarmos todo mundo
viver do jeito que bem quiser”.