Arrogância
Em certas ocasiões é possível perceber como a arrogância pode nos derrubar. Alguns exemplos esportivos recentes ajudam a deixar isso bem claro.
Primeiro, nos gramados superfaturados da Copa das Confederações, a queda da toda poderosa fúria espanhola. Depois de demonstrar uma soberba questionável ao enfiar 10 gols na frágil seleção do Taiti, os espanhóis foram ameaçados pela torcida brasileira, que gritava: "Espanha, pode esperar, a sua hora vai chegar!".
Descrentes da seriedade de tal ameaça, ou sem entender o claro português das Arquibancadas, a Espanha manteve sua pose. Os jogadores, mais preocupados em entrar com prostitutas no hotel, relaxaram. E o resto, todos vimos: a hora da Espanha chegou. Perdeu a final, goleada e humilhada por uma seleção tecnicamente muito inferior.
O segundo exemplo veio de Las Vegas, do maior coliseu do mundo moderno, o octógono do UFC 162. Foi nessa arena em que o super lutador, quase invencível, Anderson "The Spider" Silva enfrentou o capaz, mas desconhecido Chris Wiedmann.
Anos de invencibilidade, um sólido cartel de vitórias e uma idolatria por parte da torcida brasileira que já o colocava no pedestal seleto dos grandes atletas da história dessa pátria. Bem, Anderson pareceu ter esquecido de tudo isso. Esqueceu também de sua técnica, da capacidade do adversário e principalmente de lutar. Brincou, dançou, provocou e foi esmurrado no queixo. Caiu no chão, tonto e desnorteado, junto com todos que torciam por ele.
Tudo por conta de arrogância. A ilusão da invencibilidade à qual todos nós estamos sujeitos, simplesmente por sermos humanos.
Mas o ditado é conhecido por todos: "Quanto mais alto você sobe, maior a queda." A Espanha e o Anderson Silva ensinaram bem isso, para quem prestou atenção.
Eles caíram e caíram bem. De uma hegemonia incontestável para uma dúvida a respeito do que vem a seguir. Tudo isso em apenas um dia. Um dia de arrogância.