TEMPOS QUE SE FORAM

Tem gente que não admite a existência de um passado em suas vidas. Acreditam elas que aquilo que passou, passou, e não tem mais o menor interesse. Visualizam apenas o momento presente e, em alguns casos, o que está por vir.
 
Não vou polemizar em relação a esta forma de pensar e de viver, pelo simples fato de que somos únicos em nossa essência. E, sendo assim, o pensamento voa em muitas direções diferentes, poucas vezes sendo coincidentes entre as pessoas.
 
Mas, permito-me expor aqui a minha opinião. Já disse em outras ocasiões que não renego e jamais irei renegar o meu passado, pois é dele que guardo as lições que a vida teve a paciência de me ensinar – por vezes, mais de uma vez, pois há situações em que uma vez só não basta.
 
E o presente e o futuro? Como o próprio nome diz, o presente é a bênção por estarmos vivos. E também um presente no sentido de recebermos algo. Um nome bonito. O futuro, por seu lado, é o incerto, a dúvida, e que ninguém me venha com esse negócio de adivinhações, magias, pois sou muito cético em relação a isso. A vida pode mudar num átimo de segundo. Uma senhorinha que conheci dizia sempre: “Nós fazemos os nossos planos, Deus faz os d’Ele”.

E o passado? Ah, o passado, estes momentos que procuram se conservar vivos e presentes em nossas mentes, por vezes já cansadas de tantos desencontros, inconstâncias, perdas de sonhos, objetivos e entes queridos, atingidas por petardos que sempre nos ferem, muitas vezes de maneira quase mortal.
 
Devemos aceitar e respeitar que, para muitos, o passado é a única coisa que resta, numa tentativa vã de ainda sermos remotamente felizes, pois é aquilo que fica quando o presente e o futuro já nos deixaram.
 
 
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