UFC - um fraco cartel
Ontem, assistimos a um combate de UFC em que o espírito do confronto entre os opositores, parece ter sido esquecido e preterido por um dos oponentes. Refiro-me ao famosíssimo Anderson Silva (o spider), que se apresentou no octógono como uma figura caricata e displicente, ao subestimar um adversário mais novo e com menos experiência. Talvez por excesso de confiança e por ser embalado por um público sedento de sangue e de vitórias a qualquer preço. Por glórias efêmeras, manipuladas por um esquema de negociatas, em que o valor moral e social é relegado para um plano demasiado secundário. O UFC é uma derivação (com algumas regras modificadas) do Vale Tudo que, como o próprio nome indica, nunca foi mais do que uma tosca amostragem de lutas patrocinadas por empresários do sub-mundo dos negócios pouco ortodoxos. Aquilo a que assistimos, foi um exemplo categórico de pura frustração e incapacidade de gerir uma luta de padrão semelhante a algo que se aproxime do espírito marcial, reservado às Artes Marciais por direito. Ontem, vimos um lutador que entrou no ringue para provocar o seu adversário de uma forma patética, boba e sem classe; mais fazendo lembrar uma libélula, do que uma aranha (spider). Uma verdadeira ode ao que não deve ser a forma de encarar um combate; seja com quem for. Que o espetáculo deprimente e a derrota frustrante, possam ter servido de exemplo a não ser seguido por outros atletas. E que as pessoas entendam que, muitas vezes sem dar conta, alimentam direta e indiretamente situações em que terão (elas pessoas) alguma dificuldade em assimilar as consequências.