CHAVES – ainda bem.
Por Carlos Sena
Ver televisão aos domingos é um saco, principalmente pela manhã. Movido por esse sentimento, começo passear pelos canais, utilizando como nunca esse fantástico equipamento eletrônico chamado CONTROLE REMOTO. Passeio por um canal, lá está o Silas Málacraia vociferando como um doido se passando por “deus”. Fujo. Chego a outro lá está uma exposição de carros de luxo e outras quinquilharias a venda. Outro canal que transmite bingo ao vivo. Mais adiante outro reprisando desenhos animados já com colorido bufento. Em outros três canais seguidos só pastores pentecostais vendendo curas para todos os males. Fiquei pensando: por que esses pastores não ficam nas portas das urgências e emergências do SUS praticando curas àqueles que pra lá se vão? Noutro canal, finalmente, CHAVES! Pela primeira vez me dediquei a ver esse programa mais amiúde. E gostei. Fiquei encantado com um tipo de humor simples, mas muito bem escrito e com ótimas sacadas, inclusive sem perder o foco educativo que tanto falta em nossos programas de TV. Soube, inclusive, que CHAVES é um programa antigo e que o SBT reprisa sempre seus episódios e, não raro, bate a concorrência no horário. Soube também, que sempre que a janela comercial não tem patrocinador, entra ele, o CHAVES para “tapar buraco” e sempre fazendo sucesso. Em “CHAVES” a gente vê de tudo, menos apelação sexual como acontece na grande maioria dos nossos programas. Chaves, Seu Madruga, Chiquinha, A Bruxa, Kiko, Dona Florinda, Professor Girafales, Inhonho, etc., dão um show de humor descontraído, inteligente, sagaz. Detalhe: sem as maldades tão comuns nas nossas novelas e nos nossos programas de humor que, ainda bem, estão meio que sumidos das nossas telinhas. Não se vê em CHAVES mulheres mostrando a bunda nem crianças dançando “na boquinha da garrafa”...
CHAVES faz sucesso. Programa “requentado” é o que dizem, mas faz sucesso mesmo sendo assim “requentado”. Segundo soube, a maioria dos atores de CHAVES já morreu. Isso nos mostra quanto a nossa televisão, a despeito de ter muita qualidade técnica, não tem talento para fazer algo como CHAVES. Afinal, já nos dizia Chacrinha: na televisão nada se cria tudo se copia. Pra não dizer que não gostei de nada, não gostei de ver o Professor Girafales dando aula com um charuto na mão. Isso talvez demonstre quão o programa é velho e talvez gravado no tempo em que fumar não tinha todo esse atual patrulhamento remetido ao “politicamente correto”...
Vi e gostei do CHAVES, principalmente das tiradas inteligentes do texto e, principalmente, de como o autor inverte o significado de uma palavra ou de um contexto de frases dando-lhes outros significados com pitadas de humor...
Por Carlos Sena
Ver televisão aos domingos é um saco, principalmente pela manhã. Movido por esse sentimento, começo passear pelos canais, utilizando como nunca esse fantástico equipamento eletrônico chamado CONTROLE REMOTO. Passeio por um canal, lá está o Silas Málacraia vociferando como um doido se passando por “deus”. Fujo. Chego a outro lá está uma exposição de carros de luxo e outras quinquilharias a venda. Outro canal que transmite bingo ao vivo. Mais adiante outro reprisando desenhos animados já com colorido bufento. Em outros três canais seguidos só pastores pentecostais vendendo curas para todos os males. Fiquei pensando: por que esses pastores não ficam nas portas das urgências e emergências do SUS praticando curas àqueles que pra lá se vão? Noutro canal, finalmente, CHAVES! Pela primeira vez me dediquei a ver esse programa mais amiúde. E gostei. Fiquei encantado com um tipo de humor simples, mas muito bem escrito e com ótimas sacadas, inclusive sem perder o foco educativo que tanto falta em nossos programas de TV. Soube, inclusive, que CHAVES é um programa antigo e que o SBT reprisa sempre seus episódios e, não raro, bate a concorrência no horário. Soube também, que sempre que a janela comercial não tem patrocinador, entra ele, o CHAVES para “tapar buraco” e sempre fazendo sucesso. Em “CHAVES” a gente vê de tudo, menos apelação sexual como acontece na grande maioria dos nossos programas. Chaves, Seu Madruga, Chiquinha, A Bruxa, Kiko, Dona Florinda, Professor Girafales, Inhonho, etc., dão um show de humor descontraído, inteligente, sagaz. Detalhe: sem as maldades tão comuns nas nossas novelas e nos nossos programas de humor que, ainda bem, estão meio que sumidos das nossas telinhas. Não se vê em CHAVES mulheres mostrando a bunda nem crianças dançando “na boquinha da garrafa”...
CHAVES faz sucesso. Programa “requentado” é o que dizem, mas faz sucesso mesmo sendo assim “requentado”. Segundo soube, a maioria dos atores de CHAVES já morreu. Isso nos mostra quanto a nossa televisão, a despeito de ter muita qualidade técnica, não tem talento para fazer algo como CHAVES. Afinal, já nos dizia Chacrinha: na televisão nada se cria tudo se copia. Pra não dizer que não gostei de nada, não gostei de ver o Professor Girafales dando aula com um charuto na mão. Isso talvez demonstre quão o programa é velho e talvez gravado no tempo em que fumar não tinha todo esse atual patrulhamento remetido ao “politicamente correto”...
Vi e gostei do CHAVES, principalmente das tiradas inteligentes do texto e, principalmente, de como o autor inverte o significado de uma palavra ou de um contexto de frases dando-lhes outros significados com pitadas de humor...