A derrota: Anderson de Spider Silva

Que lição se pode tirar das derrotas? Sabemos que o remédio é amargo, muitas vezes indigestos, porém é fundamental para Cura do mal.

O que vimos ontem, na luta do nosso campeão Anderson Silva, foi uma total irresponsabilidade de sua parte na tentativa de humilhar o adversário. Penso que os profissionais têm que ser no mínimo profissional, é o que se espera deles. O palhaço de circo é o profissional da graça, do riso e da irreverência, e, como consequência, realiza seu ofício com a responsabilidade que ele merece, fazer o público rir. Infelizmente, o nosso campeão padeceu pela arrogância, pelo salto alto e pelo excesso de confiança.

Onde já se viu um lutador se comportar conforme ele se comportou naquela luta. É um absurdo ignorar completamente o potencial do oponente, ainda mais alguém que chegou credenciado na posição de primeiro do ranking depois do campeão. Dá a cara pra bater se fiando única e exclusivamente nas esquivas e na fama de ser o menestrel das lutas, é querer desrespeitar por completo o adversário. É não se enxergar no outro o espelho do que se é na essência, um lutador, então, agindo, dessa forma, o nosso glorioso Anderson Silva cometeu o pecado da soberba e foi duramente punido.

Existe honra na derrota que credencia o derrotado a um patamar ainda maior do que se encontrava antes, elevando-o a categoria de um lutador digno, pelo destemor, pelo técnica, pela aplicação, pela fé na vitória ainda que a derrota seja iminente e, sobretudo, pelo respeito e temor as suas fraquezas que o levam a dá tudo de si como forma de superá-las. Então, ainda que derrotado é possível sair-se vencedor. Agora têm derrotas que são derrotas na acepção pura da palavra. Ontem, o que se viu foi uma derrota com “D” maiúsculo, o castelo do Anderson Silva ruiu, e pode se ver, pelo semblante do campeão, com amargo foi o sabor desta derrota.

É lamentável dizer isso: mas bem feito... Com cobra não se brinca, ainda que abatida, o bicho é perigoso. Deve-se cortar a cabeça e enterrá-la para não correr o risco de pisar nas suas presas peçonhentas. O Aranha brincou demasiado com a cobra, e deu no que deu. Colocou por terra seu castelo inexpugnável, construído ao longo dos anos de sua carreira brilhante como lutador de MMA, em fração de segundo, por atos de descontroles, e, pela soberba de se achar invencível, viu o seu império virar pó, como um bêbado que perde todo seu salário de um mês numa só noite de bebedeira.

A bem da verdade, esse comportamento do Anderson já podia ser notado em outras lutas, ou seja, não bastava ganhar, tinha que dá show, nem que para isso tivesse que humilhar o adversário... David e Golias é o exemplo bíblico de que ninguém é invencível, e o mundo do campeão começa a fragmentar no exato momento em que ele passa acreditar nisso.

Pode até haver uma revanche, e vai haver por questões econômicas. Acredito que lutando sério, dentro de sua categoria, Anderson Silva seja realmente um adversário quase imbatível, tem total possibilidade até de vencer com extrema facilidade o Chris Weidman. Porém, na minha opinião, acho que tempo do Anderson já passou, ele deveria cuidar de outra coisa diferente de luta, caso ele esteja disposto a continuar mantendo essa postura dentro “octagon”. Do contrário, o nosso Anderson Silva é um lutador excepcional, a história de sua carreira ao longo de 9 anos como campeão já demostrou isso.

Oxalá, o nosso querido campeão vista novamente as sandálias da humildade e possa dar a voltar por cima. Às vezes, se ganha quando se perde. Tomará que ele tenha apreendido a lição. Foi pra humilhar e acabou sendo humilhado pela sua própria soberba. Juízo campeão! Controle emocional também faz parte da característica de um verdadeiro vencedor.

(Fábio Omena)

Ohhdin
Enviado por Ohhdin em 07/07/2013
Reeditado em 19/07/2013
Código do texto: T4375749
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.