CRUCIFICAR É A PALAVRA DE ORDEM
Tornou-se moda crucificar quem tem notoriedade, pelos mais diversos motivos: pelos bons e pelos maus. Na esfera política, por influência ideológica e por clientelismo, o alvo preferencial é o que desempenha funções governativas. Mandatado, pelo voto eleitoral popular, para defender com isenção, competência e determinação a política mais adequada ao resgate de Portugal da bancarrota e consequente falência, o primeiro ministro, seja ele quem for, é chamado sistemáticamente a prestar contas, não ao povo que o elegeu, mas aos deputados dos partidos com assento parlamentar. Com a iniciativa e cobertura da própria comunicação social e dos organismos corporativos, são lançados ataques cerrados ao presidente do conselho e sua equipa ministerial na tentativa, de contradizer, na maioria das vezes, as políticas postas em prática, mais adequadas e exigidas pelos credores do Estado. Como, atingir o primeiro ministro directamente, é um feito difícil de conseguir, opta-se por crucificar os seus ministros. Utilizam-se todos os meios, desde a devassa das suas vidas privadas, passando pelo impedimento anti-democrático, de os deixar falar em sessões de esclarecimento e informação relevantes, até ao insulto pessoal e tentativas de agressão. Como resultado destes episódios, os visados acabam por concluir que não merece apena passarem por humilhações e demitem-se dos seus cargos.
Abre-se um vazio na governação e o Pais estremece. Apresentam-se e perfilam-se os partidos da oposição para com a sua clientela substitur o governo numa sua eventual demissão.
E assim se seguem ciclos permanentes de rotatividade dos governos, na placa giratória dos partidos interessados em colocar a sua clientela partidária. Donde se conclue que não são as pessoas de mérito e competentes, indepedentes, que contam, mas sim os oportunistas, contestários profissionas, por vocação doutrinária, filiados nos partidos e sindicatos.
Enquanto este ciclo vicioso se mantiver, nunca haverá governos estáveis, em virtude das pessoas válidas para assumirem funções governativas de responsabilidade se sentirem desmotivadas, porque CRUCIFICAR É A PALAVRA DE ORDEM.
Ruy Serrano, 07.07.2013