Michelli

Michelle

Há uns três anos peguei um ônibus em Niterói e sentei-me ao lado de uma bela garotinha de nome Michelle, e em poucos minutos estávamos conversando, por ora pensei que pudesse ser minha filha de tanto que nós conversávamos. No decorrer da conversa, eis que no alto dos seus oito aninhos ela me faz a seguinte pergunta: tia quantos filhos você tem? Hoje em dia você em dois minutos já vira tia da criança ou do jovem, isso por enquanto, pois daqui há alguns anos serei chamada de vó, imaginem que luxo. Mas continuando o meu papo com Michele respondi-lhe que não tinha filhos. Notei que ela ficou surpresa com a minha resposta, muito surpresa, mas continuamos nosso papo, parecíamos verdadeiramente tia e sobrinha e depois de muito tempo ela volta a fazer outra pergunta: tia o seu marido não quer filhos? Eu respondo com a maior simplicidade do mundo: eu não tenho marido. Michelle arregala os olhos no mais completo espanto e solta a seguinte exclamação: tia, mas você tá mal mesmo hein....

Sem conseguir responder a menina, tendo em vista que o meu ponto já estava chegando e tive que levantar-me, e também surpresa, pois nunca imaginei que uma mulher do século vinte e um que não casou e não teve filhos pudesse ser considerada “mal na vida”. Queria ter tido mais tempo de ensinar umas coisas para Michelle, gostaria de ter ensinado a ela que a felicidade e o bem estar são plantados dentro da gente e o que vem de fora devem ser considerados como complemento a nossa felicidade e nunca a razão dela, mas infelizmente eu tive que ir em desencontro a Michelle, mas uma coisa eu confesso a vocês: nunca esqueci Michelli, adorei a garotinha.

Dalva

Dalva dos Santos
Enviado por Dalva dos Santos em 04/07/2013
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